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Nomeação

Lula efetiva aliado na EBC após demissão de ex-diretor por postagem crítica a Israel

Jeansley e Pimenta
O presidente interino da EBC, Jeansley Lima, e o ministro da Secom, Paulo Pimenta. (Foto: Lucas Leffa/X Paulo Pimenta)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) efetivou nesta sexta (15), na presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o aliado do partido que ocupava o cargo interinamente após a demissão do jornalista Hélio Doyle, em outubro, por declarações críticas a Israel.

Jeansley Charlles de Lima teve a nomeação para o cargo publicada na edição do dia do Diário Oficial da União (DOU) com prazo até 30 de outubro de 2025 (veja na íntegra), em um ato assinado por Lula e pelo ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). Além dele, o presidente também oficializou a nomeação da jornalista Maria Carneiro Bittencourt Maia para ser a “número 2” da autarquia.

Diferente de Doyle, Lima não é jornalista e chegou a ser filiado ao PT no Distrito Federal. Ele é doutor em história econômica e mestre em história social, e já atuou em outros cargos públicos, como a presidência da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) durante o governo de Ibaneis Rocha (MDB), consultor na Secretaria de Relações Institucionais do governo de Dilma Rousseff (PT), entre outros.

Ele deixou a legenda em 2020 por conta da atuação no governo de Ibaneis após ter acesso à informação de que poderia ser desfiliado. Ele fez parte do PT por mais de 20 anos.

Lima disse, quando assumiu o cargo interinamente, que um dos seus projetos à frente da presidência da EBC seria trabalhar “pautas que considero importantes em relação aos empregados e empregadas”. Ele é próximo de Pimenta, que faz as vezes de porta-voz de Lula.

A mudança na presidência da EBC gerou instabilidade na estatal quando Paulo Pimenta decidiu remover Hélio Doyle do cargo. O ex-professor da UnB (Universidade de Brasília) compartilhou mensagens nas redes sociais contra apoiadores de Israel durante o conflito com o grupo terrorista Hamas.

As publicações de Doyle criticavam a cobertura da mídia no conflito, mas o governo considerou a permanência dele insustentável. Pimenta afirmou que o Brasil buscava uma postura de respeito e promoção da paz, o que não estava alinhado com as declarações de Doyle.

Após as publicações, Pimenta enquadrou os servidores e determinou que tenham “responsabilidade com qualquer declaração, qualquer atitude” que poderia soar contra as posições do governo sobre a guerra entre Israel e o Hamas.

“Porque quem acaba respondendo por ela é o governo como um todo. Nesse caso específico, a partir do momento que o presidente manifesta uma posição e essa posição tem como princípios o Brasil, à frente do Conselho de Segurança da ONU, trabalhar pela promoção da paz e a garantia da repatriação de todos os brasileiros e brasileiras que se encontram na área, da zona de conflito, essa orientação deve ser observada por todo mundo sem exceção”, disse.

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