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O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não terá uma grande atuação nas eleições municipais deste ano como um todo, exceto em cidades que a frente ampla aliada ao PT disputará prefeituras contra “ícones da extrema direita pervertida”.
Lula já havia adiantado na semana passada que não terá como se envolver profundamente nos pleitos municipais por conta dos lançamentos de programas que precisa fazer pelos próximos 40 dias e a viagem para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos, na segunda quinzena de setembro.
“Vai ter uma participação mais intensa nessas cidades onde tem frentes amplas que vão derrotar ícones da extrema direita pervertida”, disse o ministro em entrevista à Folha de S. Paulo publicada na segunda (2).
Alexandre Padilha diz que Lula seguirá governando o país neste período pré-eleitoral, mas que já falou com líderes de vários partidos e que “vai gravar para vários candidatos do PT ou que o PT apoia”.
Ele, o entanto, evitou comentar quais candidatos considera como de “extrema direita pervertida”. Apenas citou uma desconfiança sobre Pablo Marçal (PRTB), em São Paulo, como um “cavalo de Troia” que “se apresenta como candidato coach e, na verdade, pode ser o candidato amigo dos criminosos”.
“A campanha vai começar agora. Estamos muito felizes é com a liderança do Guilherme Boulos [PSOL]. Estamos felizes com a liderança que ele está expressando nas pesquisas e na cidade e com os acertos que ele vem fazendo na campanha”, pontuou.
O ministro ainda afirmou que não espera uma reforma ministerial após a eleição de outubro e que Lula tem reforçado que conta com os ministros da atual composição da Esplanada no “ano da colheita”. “De acelerar a execução daquilo que foi criado e projetado, que não está na mesa dele um debate de reforma ministerial nesse momento”, completou.
No começo do mês passado, Lula deu largada à campanha eleitoral ao tirar fotos com cerca de 130 candidatos do PT que vão concorrer a prefeituras nas eleições deste ano. Segundo fontes relataram à Gazeta do Povo, foram selecionados postulantes das capitais e principais cidades do país.
Além de candidatos filiados ao partido, candidatos de outras legendas que o PT tem apoiado também foram convidados para fazer fotos ao lado de Lula. Entre os partidos filiados, estão os candidatos do MDB, PSOL e PSB.
No entanto, o PT não confirmou quais nomes participaram da produção e nem como foi a presença de Lula nas imagens.
A corrida eleitoral de outubro tem pesado para a legenda do presidente Lula, que tenta recuperar a derrota do pleito de 2020 quando não conseguiu eleger candidatos para nenhuma capital brasileira. Em busca de um resultado melhor neste ano, o partido abriu mão de lançar candidatos próprios em algumas capitais brasileiras.
Com 11 candidatos filiados ao partido, a legenda também tem apostado no apoio a postulantes de centro e de direita, além de apoiar nomes de partidos da mesma linha ideológica. Além de buscar um resultado melhor que o das eleições passada, a estratégia visa barrar aqueles que são apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).