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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou nesta quinta (3) a entrada dos partidos do centrão no governo com a posse do deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) no cargo de ministro do Turismo. A pasta era reivindicada pela legenda que pretende ocupar mais espaço na Esplanada dos Ministérios para reforçar a base governista na Câmara dos Deputados.
Na cerimônia de posse de Sabino, bastante concorrida com dirigentes partidários como o presidente Luciano Bivar (União Brasil-PE) e o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Lula permaneceu ao lado de Arthur Lira (PP-AL) durante os discursos. O presidente da Câmara dos Deputados é um dos articuladores da entrada dos partidos do centrão no governo em troca de votos a projetos considerados prioritários.
Durante a posse, Celso Sabino agradeceu pelo cargo e disse que está assumindo um desafio em que a pasta terá uma “interlocução fundamental com a Câmara dos Deputados, com o Senado Federal, ministérios, governos estaduais e municipais”.
Sabino disse que vai trabalhar no ministério para aumentar a quantidade de turistas estrangeiros que vêm ao Brasil, além dos atuais 6,3 milhões ao ano. Ele também anunciou a posse de 93 conselheiros para o Conselho Nacional de Turismo, que vai ter a primeira reunião de trabalho no dia 19.
Por outro lado, Lula evitou discursar no evento, mas posou para fotos e conversou com líderes partidários durante a cerimônia.
A posse de Celso Sabino no Ministério do Turismo é a primeira de uma reforma ministerial que está sendo planejada pelo governo neste segundo semestre para abrigar partidos interessados em fazer parte da base. Recentemente, o líder de Lula na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que o Congresso voltaria “repaginado” do recesso parlamentar.
Os próximos deputados que devem ser nomeados a cargos na Esplanada são André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicano-PE).
Mudanças na Esplanada ficam para depois da Cúpula da Amazônia
Em entrevista a rádios da Amazônia mais cedo, Lula admitiu que fará trocas de ministros para acomodar siglas do centrão na Esplanada. Ainda não há definição sobre quais pastas serão afetadas, mas o presidente pretende avançar nas conversas após retornar de viagem ao Pará, onde vai participar da Cúpula da Amazônia na semana que vem.
“Vou fazer ajustes no governo porque nós temos interesse de construir uma maioria para que, até o final de 2026, a gente possa votar coisas importantes, de interesse do povo brasileiro. Por isso, a troca de ministros não pode ser vista como uma coisa absurda, uma coisa menor”, disse.
Lula afirmou que não está com pressa para realizar as mudanças e que pretende dialogar com os partidos interessados em fazer parte da base governista. O presidente ressaltou a importância de tomar cuidado e responsabilidade ao fazer as alterações no tabuleiro político, para não errar nas escolhas e manter o equilíbrio na composição do governo.
“É verdade que vou fazer mudanças no ministério, mas é verdade que isso ainda não está definido por mim aonde que vou mexer, que ministério que vou entregar, que Estado vai ser beneficiado”, completou.
Anteriormente, Lula havia afirmado que o centrão “não existe” como bloco coeso e que dialogaria individualmente com cada partido para negociar apoio e participação no governo. O Planalto espera que o PP e o Republicanos, integrantes do centrão, façam parte da base governista, já tendo indicado nomes para ocupar cargos na Esplanada.
