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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta (17) que se sente como uma “encarnação do povo na presidência” e que permite que pessoas comuns tenham acesso ao Palácio do Planalto como nenhum outro mandatário permitiu.
Ele afirmou que é o único presidente do país – e entre muitos do mundo com quem ele conversa – que veio das classes mais baixas da população. Lula se apresentou como uma “causa” que “veio do mundo de baixo para defender eles”.
“Eu não sou o Lula, sou a encarnação do povo na presidência. [...] Sou o único presidente que os catadores de papel entram no Palácio [do Planalto], que as prostitutas entram, que os deficientes entram, que o cão guia entra com o portador de deficiência visual”, disse em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador, onde cumpre agenda ao longo do dia.
Lula respondia a um questionamento sobre o que teria sido um resultado nefasto da Operação Lava Jato no país, que o levou à prisão e que, segundo o interlocutor, teria quebrado empresas e provocado desemprego. O presidente, no entanto, não comentou as afirmações, apenas afirmou que foi eleito para um terceiro mandato pelo povo “porque eu sou o resultado dessa gente”.
“Eu não acredito que jamais um banqueiro votou em mim, que um grande empresário votou em mim. Trato todos eles com muito respeito e muito carinho, mas eu sei que quem vota em mim é o povo lascado desse país”, pontuou.
Ele ainda diz não ser um “bucrocrata” quando senta na mesa do gabinete para despachar, e sim que o faz pelo “que o povo sente”. “Por que o cara da elite vai sentar na mesa para fazer o Orçamento e pensar no pobre”, questionou.
“Precisamos parar com essa ideia cretina de uma parte da elite brasileira, uma parte dos intelectuais, que acha que pobre gosta de ser pobre. Nós não gostamos de ser pobres, não queremos ser pobres. Queremos ser ricos”, disparou.
O presidente ainda lembrou que, desde o final dos anos 1980, ficava em segundo lugar nas eleições que disputava até conquistar a primeira presidência em 2002.
“Disputando [...] com políticos com P maiúsculo, não essa joça que tem hoje disputando falando palavrão, utilizando fake news e mentindo na televisão”, disparou lembrando de concorrentes como Ulysses Guimarães, Paulo Maluf, Brizola, Mario Covas e Guilherme Afif Domingos.
Lula emendou afirmando que a volta à presidência em 2022 se deveu ao voto da periferia e até mesmo da classe média, a quem ele diz governar com tranquilidade. Também afirmou que não se importa com reportagens críticas a ele e ao governo e que está em um momento “extraordinário” tanto na carreira política dele como da economia brasileira.