O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, na manhã desta segunda (31) o programa Escola em Tempo Integral, que pretende ampliar em um milhão o número de matrículas na educação básica até o final deste ano.
A medida pode ter alguns pontos positivos, como mitigar o contato dos jovens com a criminalidade, mas pesquisadores e especialistas em educação alertam para a ineficácia do tempo integral na aprendizagem, para os gastos exorbitantes em detrimento do baixo benefício que esse tipo de educação supõe, e para o erro de foco, que deveria estar na qualidade do ensino oferecido, e não na quantidade de horas em sala de aula.
Ao todo, serão investidos R$ 4 bilhões para adequar as unidades educacionais e formar professores para ampliar a jornada de ensino, com a meta de alcançar cerca de 3,2 milhões de alunos até 2026.
O programa considera a ampliação da jornada a sete horas diárias ou 35 horas semanais em dois turnos, além do uso dos espaços dentro e fora da escola, articulação com saúde, cultura, esporte, ciência e tecnologia, meio ambiente e direitos humanos, entre outras estratégias.
Segundo o governo, os recursos serão encaminhados levando em conta as matrículas confirmadas, o valor do fomento e os critérios de equidade. A meta do programa pretende alcançar 50% das escolas públicas, atendendo pelo menos 25% dos alunos da educação básica.
Camilo Santana, ministro da Educação, disse que a instituição da jornada integral de ensino gera uma “maior chance de ingresso na universidade, maior ocupação e expectativa de remuneração, redução das taxas de violência e diminuição da evasão escolar”.
Lula disse que a implantação da escola em tempo integral chega com 30 anos de atraso, e que o “povo mais humilde” é deixado de “escanteio”.
“A escola de tempo integral chega atrasada, porque quem sabe poderíamos ter feito há 20 anos, 15 anos, 30 anos, certamente porque alguém dizia que custava muito”, afirmou repetindo o discurso de que investimentos em educação não devem ser considerados são gastos do orçamento.
Ainda durante o lançamento, Lula anunciou que os recursos serão aplicados na reestruturação das escolas públicas, com a “instalação de quadras poliesportivas, espaços culturais, laboratórios e demais equipamentos”.
“Também inclui a produção de material didático e a formação de recursos humanos para a educação em tempo integral”, disse ressaltando, ainda, a valorização da carreira de professor.
Lula disse, ainda, que estuda criar uma escola de matemática para “acolher” os gênios brasileiros. E fez um elogio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na época que ocupou a pasta da Educação nos dois primeiros governos petistas.
“Já falei que o Haddad foi o melhor ministro da educação que tive. Agora, pelo que estou vendo, ele precisa se preparar porque pode perder o pódio” para Camilo Santana, a quem fez elogios pelo programa.
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