O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou, na tarde desta quarta-feira (11), a medalha de mérito Oswaldo Cruz, na categoria ouro, à primeira-dama, Janja da Silva. A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença da empresária Luiza Trajano e outros homenageados.
A honraria é entregue a quem contribuiu de alguma forma para melhorar a saúde dos brasileiros. O governo entregou a medalha a 22 autoridades e personalidades e 10 entidades. O anúncio dos nomes foi feito no último dia 4 via decreto.
O decreto não especificava qual teria sido a contribuição para saúde nos casos de Janja e de Trajano. Durante a cerimônia, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que Janja tem “papel fundamental em suas lives” ao abrir espaço a “todos aqueles que defendem as políticas prioritárias do presidente Lula”.
“Janja, nossa companheira de ações em prol da cidadania e da democracia e, como primeira-dama acompanhando e fortalecendo nosso presidente Lula, tem tido um papel fundamental em suas lives e seu compromisso de abrir espaço, não só para mim como ministra da Saúde, mas a todos aqueles que defendem as políticas prioritária do presidente Lula”, disse Nísia.
"Entre as pessoas condecoradas está a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, que abriu espaço publicamente para reforçar o Movimento Nacional pela Vacinação, ao lado de embaixadores como a apresentadora de TV Xuxa Meneghel", disse o Planalto em nota após o evento.
Nísia não mencionou todos os homenageados durante seu discurso e foi mais econômica ao se referir a Luiza Trajano. “Está aqui a querida Luiza Trajano também, que tem levado à frente junto conosco a vacinação para HPV, uma grande bandeira nossa”, afirmou.
Lula diz que alguns críticos da vacinação deveriam ser processados como genocidas
Já Lula voltou a criticar a condução da pandemia da Covid-19 pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o mandatário, o governo passado teve a “desfaçatez de inventar mentiras contra a vacinação”.
Sem citar Bolsonaro diretamente, o petista destacou que não sabe como “algumas pessoas” que falaram contra a vacinação “ainda não foram processadas como genocidas”.
"Eu, sinceramente, nunca pensei em viver um momento da história do Brasil em que você tinha uma linguagem oficial do presidente da República, de ministros da Saúde, de médicos com mandato de deputado, com personalidades públicas tendo a desfaçatez de inventar mentiras contra a vacinação", disse o chefe do Executivo.
"Eu não sei porque algumas pessoas que falaram [contra a imunização] ainda não foram processadas como genocidas nesse país. Porque, pelo menos, 400 mil pessoas poderiam ter sido salvas se a gente tivesse no governo alguém que tivesse o mínimo de respeito pelo ser humano", acrescentou.
Nísia reforçou as críticas à gestão Bolsonaro: “Tínhamos o desafio de enfrentarmos a desinformação e o negacionismo depois de quatro anos de um governo que trabalhou contra a ciência, contra o conhecimento e contra as vacinas”.
Lula também defendeu a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente, durante a pandemia.
“Veio a Covid e quando todo mundo imaginava que o SUS era aquilo que se vendia de forma equivocada em determinados meios de comunicação nesse país, ele apareceu para salvar milhões de vidas. É importante lembrar que o Brasil só tem 3% da população mundial, mas foi responsável por 10% das mortes causadas pela Covid”, disse o presidente.
Quem recebeu a medalha de mérito Oswaldo Cruz
- Aparecida dos Santos Bezerra: enfermeira com atuação na saúde indígena e vacinadora no Polo Base Baía da Traição, Paraíba;
- Atila Iamarino: biólogo, doutor em microbiologia e pesquisador brasileiro;
- Cristiana Maria Toscano Soares: médica, vice-chefe do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro do Comitê Crise Covid-19 da UFG;
- Daiane Garcia dos Santos: ginasta e embaixadora do Movimento Nacional pela Vacinação do Ministério da Saúde;
- Dorinaldo Barbosa Malafaia: deputado federal e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Vacina da Câmara dos Deputados;
- Esper Georges Kallás: diretor do Instituto Butantan;
- Fábio Baccheretti Vitor: presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Secretário Estadual de Saúde de Minas Gerais;
- Francisco de Assis Oliveira Costa (PT-PI): deputado federal e Presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados;
- Hisham Mohamad Hamida: presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e Secretário Municipal de Saúde de Pirenópolis (GO);
- Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE): senador da República e presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal;
- Ivan Baron: pedagogo, influenciador e ativista anticapacitista potiguar;
- Jayme Martins de Oliveira Neto: juiz titular do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e membro da Comissão de Saúde do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP);
- José Cassio de Moraes: médico e professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo;
- Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues: empresária;
- Margareth Maria Pretti Dalcolmo: pesquisadora e membro da Academia Nacional de Medicina (ANM);
- Maria da Graça Xuxa Meneghel: atriz, apresentadora, cantora, empresária e embaixadora do Movimento Nacional pela Vacinação do Ministério da Saúde;
- Mario Santos Moreira: presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
- Meiruze Sousa Freitas: farmacêutica e diretora da Segunda Diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- Renato Kfouri: vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP);
- Rosangela Lula da Silva: primeira-dama do Brasil;
- Rosileia Maria de Souza: presidente da Associação do Quilombo Lagoinha, no município de Gentio do Ouro (BA); e
- Sirlene de Fátima Pereira: enfermeira em atuação no Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
Entidades homenageadas
- Agência de Notícias das Favelas (ANF);
- Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco);
- Associação Brasileira de Enfermagem (Aben);
- Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde (Conacs);
- Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef);
- Instituto Todos Pela Saúde (ITPS);
- Organização Pan-Americana da Saúde (Opas);
- Rotary Clubs;
- Sociedade Brasileira De Pediatria (SBP); e
- Sociedade Brasileira De Imunizações (SBIm).
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