O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cometeu mais uma gafe relativa ao capacitismo e chamou de “essa gente” pessoas com deficiências, durante o encerramento da 5ª Conferência dos Direitos da Pessoa com Deficiência nesta quarta (17), em Brasília.
O presidente tinha um discurso escrito por seus assessores para evitar novas gafes relativas ao capacitismo, as quais o fizeram ser bastante criticado no ano passado. No entanto, ainda assim não conseguiu evitar mais uma.
“A Janja me alertou uma coisa: ‘amor, tome cuidado com cada palavra que você vai falar, porque essa gente tem a sensibilidade aguçada’”, disse.
Pouco depois, completou afirmando que “eu decidi ler para não falar nenhuma palavra que possa me criar problema. Também, se eu falar alguma palavra, vocês sabem que nesse assunto vocês são os especialistas. Vocês sabem que eu sou um analfabeto que precisa aprender muito com vocês”, afirmou.
Em abril do ano passado, o presidente afirmou que pessoas com deficiência mental “têm problemas de parafuso”, relacionando-as a casos de violência. Ele precisou pedir desculpas após a repercussão negativa.
“Não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental. Não vamos mais reproduzir esse estereótipo”, pontuou na época.
Ainda durante o ato desta quarta (17), Lula anunciou a criação do Sistema Nacional de Cadastro da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que terá o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) como responsável, entre outros atos.
Lula ainda chamou de “repugnante” o comportamento de pessoas com preconceito a pessoas com deficiência, e que o ser humano está ficando “empobrecido” no trato com outros. “O humanismo está indo no caminho contrário da sociedade”, emendou com críticas à dificuldade de “divergir democraticamente”.
“Só vocês podem dar exemplo de que o ser humano não tem limite, ele consegue aquilo que quer, é só ter vontade”, completou.
O presidente ainda mencionou que o país “tem muitas dívidas sociais com o seu povo, é impagável”, e voltou a criticar analistas da imprensa que dizem que ele “vai gastar muito com educação, saúde, transporte, reforma agrária, pessoa com deficiência”. “A pergunta que eu faço é: quanto custou a esse país cuidar das coisas certas no tempo certo?”, questionou.
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