Lewandowski conversou com Lula por telefone sobre a investigação da Polícia Federal.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (19) que o presidente Lula (PT) está “surpreso e estupefato” com a suposta trama golpista que incluía uma plano para matá-lo. Lewandowski conversou com o petista por telefone sobre a investigação da Polícia Federal.

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"[Lula] Estava surpreso, estupefato com a dimensão deste golpe. Ele não podia imaginar que poderia ser vítima fatal desses agentes criminosos”, relatou o ministro. O presidente ainda não comentou a Operação Contragolpe. Nesta quarta (20), Lula recebe a visita oficial do líder chinês, Xi Jinping, em Brasília.

Para Lewandowski, são "fortíssimos" os indícios contra os quatro militares e o policial federal presos preventivamente, informou a Agência Brasil. Segundo as investigações, o grupo pretendia assassinar também o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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“Os indícios da prática desses crimes são fortíssimos, até porque a prisão preventiva exige, primeiramente, a constatação da materialidade do crime. E isso foi constatado. E indícios fortes de autoria. Os fatos são gravíssimos, absolutamente inaceitáveis e colocam em risco não apenas as instituições republicanas, mas a vida dos cidadãos brasileiros”, frisou o ministro.

PF está “decepcionada” com prisão de “um dos seus”, diz Lewandowski

O ministro da Justiça afirmou que a Polícia Federal está “decepcionada” com a prisão do agente Wladimir Matos Soares. De acordo com a investigação, Soares repassava informações sobre a segurança de Lula durante o período de transição em 2022.

“A Polícia Federal está decepcionada porque um dos seus participou dessa tentativa de golpe, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de organização criminosa. São as três imputações que se fazem contra essas pessoas. Por enquanto, suspeitas, elas ainda serão julgadas pelo Supremo Tribunal Federal”, disse o ministro.

“É muito grave que pessoas que foram formadas pelo Estado, para o emprego lícito da violência, que foram armadas pelo Estado, pratiquem esse tipo de atentado contra o próprio Estado. Isso é inadmissível, não é esperado”, acrescentou.

Suspeitos estiveram perto de “materializar seus intentos criminosos”, admite ministro

Lewandowski reconheceu que os suspeitos estiveram muito perto de “materializar seus intentos criminosos”, especialmente contra Moraes, que teve as imediações de seu apartamento funcional, em Brasília, vigiadas pelos envolvidos.

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“Eu posso lhes dizer que, pelo inquérito, a que todos tiveram acesso, o segredo de Justiça foi retirado, os suspeitos, os acusados chegaram muito próximos de materializar seus intentos criminosos. É claro que a segurança das autoridades está sendo atualizada, aperfeiçoada”, afirmou.

Operação Contragolpe

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (19), cinco pessoas por supostamente planejarem um golpe de Estado após a derrota do então presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022.

Entre os presos estão quatro militares vinculados às Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos" e um policial federal, que atuou na segurança de Lula durante o período de transição do governo:

  • Hélio Ferreira Lima: tenente-coronel do Exército;
  • Mário Fernandes: general da reserva, atuou como ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro, também foi assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ);
  • Rafael Martins de Oliveira: major;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo: major;
  • Wladimir Matos Soares: policial federal.
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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