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Lula
Presidente afirmou, ainda, que produtores devem ter medo dos bancos, que compram títulos da dívida e tomam terras se não receberem.| Foto: reprodução/Secom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta segunda (1º), que os empresários do agronegócio não devem ter medo das “ocupações dos sem terra”, já que faz tempo que os movimentos não fazem novas invasões no país.

Lula ignorou na fala o chamado “Abril Vermelho”, ato do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que intensificou as invasões no mês de abril e que se estima já chegar a, pelo menos, 60 propriedades neste ano. Até mesmo áreas da União em Pernambuco, como uma fazenda da Emprapa e uma da Codevasf, foram ocupadas no período.

“Faz tempo que os sem-terra não invadem terra neste país, faz muito tempo. Os sem-terra fizeram uma opção de se transformar em pequenos produtores altamente produtivos”, disse Lula em entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), onde faz anúncios do governo federal nesta segunda (1º).

Ele afirmou, ainda, que os produtores deveriam ter medo é dos bancos que, diz, “está tomando terra deles hoje” ao comprarem títulos da dívida agrária. “Banco, quando compra um título, é imperdoável, ele vai em cima e recebe ou toma a terra”, completou.

Lula é criticado pelo agronegócio desde o começo do governo por não agir energicamente contra o MST, aliado histórico que também fez duras cobranças durante todo o ano passado pela lentidão do presidente em tocar a reforma agrária.

No primeiro semestre deste ano, como uma resposta após pressão, Lula lançou o programa “Terra da Gente” para criar uma espécie de “prateleira de terras” voltadas à reforma agrária.

O presidente disse que, durante seus dois primeiros mandatos, tocou uma reforma agrária “sem violência”, “pacítica e tranquila”, destinando 49 milhões de hectares de terra aos assentamentos. “Temos uma Constituição que define como que é feita a reforma agrária, quem é que vai pagar a terra, e quando for necessário, o governo vai fazer”, pontuou.

Ele ainda ressaltou que “há uma política de financiamento do governo extraordinária” voltada ao agronegócio, e confirmou que lançará o Plano Safra na quarta (3), após ter adiado na semana passada. Lula confirmou que o programa deste ano será maior que o de 2023 e vai contemplar os pequenos produtores pela manhã e o grande agronegócio à tarde.

Agro x indústria

Lula ainda chamou de “tacanha” a discussão de que a indústria brasileira deveria ter mais investimentos que o agronegócio, ressaltando que as commodities agrícolas hoje têm uma grande tecnologia de desenvolvimento.

“Temos que levar em conta que o agronegócio hoje é responsável hoje por grande parte da riqueza desse país e é importante que continue assim”, disse o presidente afirmando que o Brasil é responsável por alimentar quase 3 bilhões de pessoas na China e na Índia “e um monte de gente espalhada pelo mundo”.

Apesar de supostas críticas de que o governo concede mais benefícios ao agro do que à indústria, Lula afirmou que está em vigor uma nova política industrial tocada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, voltada a setores como siderurgia, naval, petroquímica, pequenos e médios empreendedores, entre outros.

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