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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou nesta segunda (4) a posição polêmica sobre o conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, afirmando que “apanhou” por suas declarações, mas que acredita que o tempo provará que estava correto. Ele ainda defendeu o direito do povo palestino à criação de um estado próprio, criticando a ofensiva militar de Israel contra o grupo extremista Hamas.
“Há 20 dias como eu apanhei pelo que eu falei da Palestina. Vocês estão lembrados. Como eu sou um cara católico e creio em Deus, eu acho que Deus escreve certo por linhas tortas. Com o tempo a gente vai provar que eu estava certo”, disse durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Cultura, em Brasília.
Ele ainda afirmou que há um conflito de narrativas por parte de Israel, de que “você não pode fazer o que foi feito: anunciar comida e mandar torpedo, mandar bala e morte para aquelas pessoas”. “Até quando a gente vai ter medo? Até quando a gente vai se curvar”, completou no questionamento.
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Lula mencionou o gesto do cantor Caetano Veloso, que ergueu uma bandeira da Palestina durante um show em Porto Alegre, como um exemplo de apoio à causa. Durante o discurso, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, entregou a ele uma bandeira da Palestina, em que ele se deixou fotografar.
O poeta pernambucano Antônio Marinho empunhou a bandeira e pediu o “fim do genocídio” em Gaza. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também participou do gesto.
Essa não é a primeira vez que Lula faz declarações controversas sobre o conflito israelense-palestino. Em uma entrevista em fevereiro, ele comparou as ações de Israel ao Holocausto nazista, chamando os ataques a Gaza de “genocídio” e defendendo a criação do Estado Palestino.
As críticas de membros do governo de Benjamin Netanyahu não tardaram. O chanceler Israel Katz foi especialmente vocal, mantendo publicações diárias com duras críticas a Lula e ao governo brasileiro.