Em visita ao Brasil, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, declarou apoio ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e União Europeia. O premiê afirmou que o governo eslovaco vai atuar para convencer os países europeus de que o tratado é benéfico para o bloco. O premiê também assinou acordos de cooperação na área de defesa, segurança pública, diplomacia e tributação com o governo brasileiro e afirmou o interesse do país em aderir ao acordo sino-brasileiro que propõe a paz na Ucrânia.
País membro da União Europeia desde 2004, e representando pouco mais de 1,2% da população do bloco, Robert Fico afirmou que o acordo é benéfico e que vai trabalhar para sua aprovação na Comissão Europeia e, posteriormente, no Parlamento Europeu. "As conclusões atingidas em Montevideo são muito boas e vamos tentar convencer a todos de que o acordo é bom para a UE e todos os países da região", disse à imprensa.
O acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia é negociado desde 1999 e, se chancelado, pode ser tornar o maior entre blocos do mundo. Após 25 anos, os dois grupos finalmente chegaram a um consenso sobre os termos negociados na última semana, durante cúpula do bloco sul-americano em Montevideo, no Uruguai.
O tratado que envolve facilitações comerciais entre os blocos e reduções tarifárias de importação e exportação precisa da aprovação dos Poderes Legislativos dos países sul-americanos, do Conselho e do Parlamento Europeu para entrar em vigor. Apesar do consenso sobre o documento, o acordo ainda pode ser rejeitado.
Ao menos sete países da União Europeia são contra as negociações com o Mercosul. Os países que se manifestaram contrário são produtores agrícolas que temem perder mercado para os produtos sul-americanos. Essa oposição, que tem sido liderada pela França, ainda pode se articular para brecar a aprovação do acordo.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que recepcionou o premiê eslovaco no lugar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está internado desde a madrugada desta terça-feira (10) para tratar uma hemorragia intracraniana, agradeceu o apoio da Eslováquia e celebrou, mais uma vez, a conclusão do acordo.
"A conclusão das negociações entre o Mercosul e a União Europeia, que contou com o apoio eslovaco, representa muito mais do que um acordo econômico e comercial. Ela simboliza a aproximação de duas regiões capazes de influenciar a governança global e reforça o compromisso de ambas com os regimes multilaterais de comércio e de proteção ao meio ambiente", disse Alckmin.
Eslováquia firma acordo com o Brasil na área de Defesa
O governo eslovaco fechou ainda acordos com o governo brasileiro na área defesa, segurança pública, diplomacia e tributação. Com a participação do ministro da Defesa, José Múcio, o país fechou um acordo para dar início às negociações para aquisição dos aviões KC-390, produzidos pela Embraer.
As tratativas para a compra de três aeronaves têm início em janeiro de 2025. Em Brasília, o premiê eslovaco e Geraldo Alckmin comemoraram a negociação. "O Brasil está pronto para contribuir para a modernização da Força Aérea eslovaca por meio das aeronaves C-390 Millenium da Embraer", disse o vice-presidente brasileiro.
Eslováquia quer integrar o "Amigos da Paz", plano sino-brasileiro que propõe a paz na Ucrânia
A passagem do primeiro-ministro eslovaco pelo Brasil também foi marcada pelo interesse do país em aderir ao grupo "Amigos da Paz", que o governo brasileiro criou em parceria com a China para discutir uma proposta de paz para a Ucrânia. Em parceria com o governo chinês, a chancelaria brasileira produziu uma proposta de cessar-fogo para o Leste Europeu.
"Queremos fazer parte do Amigos da Paz, em conjunto com a ONU, porque plano que vocês apresentaram tem várias questões importantes e queremos oferecer nossas ideias para apoiar a proposta. Queria ainda expressar minha convicção de que o Brasil e a China vão desempenhar um papel muito importante na operação militar na Ucrânia, que irá se encerrar", afirmou Robert Fico à imprensa.
O documento, que já foi rejeitado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e seus aliados, é criticado por atender os interesses russos no conflito. O presidente da Ucrânia chamou a proposta de "plano vazio" e questionou os reais interesses de Brasil e China por trás do acordo. "A Fórmula da Paz já existe há dois anos", disse em referência à proposta já apresentada e discutida com a Ucrânia e as nações liberais do Ocidente.
Em um dos pontos, China e Brasil propõem uma conferência internacional com a participação de Rússia e Ucrânia, ou seja, invasor e invadido, para discutir uma solução para a guerra. O texto também não prevê a retirada de tropas russas da Ucrânia e nem a devolução do território ucraniano ocupado pela Rússia desde o início da guerra.
Em setembro, às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, o Brasil organizou um encontro para divulgar o citado plano e buscar apoio de mais países. Ao final do encontro, África do Sul, Argélia, Bolívia, Cazaquistão, Colômbia, Egito, Indonésia, México, Quênia, Turquia e Zâmbia, aderiram ao plano.
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