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Lula
Lula conversou com o presidente israelense Isaac Herzog, na semana passada, sobre a guerra no país.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

Os governos da Argentina e do Uruguai pediram ajuda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para resgatar cidadãos que ainda estão em Israel e em Gaza e que tem dificuldade em voltar aos países. A informação foi dada a Lula em uma reunião ministerial convocada de emergência na manhã desta segunda (16) no Palácio da Alvorada.

No encontro, que começou por volta das 9h30 até o final da manhã, Lula foi informado pelos ministros sobre a situação em Israel, que já soma cerca de 4,1 mil vítimas fatais; a primeira fase da operação de resgate dos brasileiros, 916 até este domingo (15); e o pedido de ajuda dos governos vizinhos.

A Argentina chegou a repatriar um grupo de 246 cidadãos neste domingo (15), mas há ainda outros cerca de 1,3 mil aguardando a volta ao país, segundo o jornal Clarín. Pelo menos 15 cidadãos seguem desaparecidos desde o ataque do Hamas, há dez dias.

Na semana passada, os governos do Chile e do Paraguai também pediram ajuda ao Brasil para repatriar cidadãos. A CNN Brasil apurou que cidadãos destes países entram em uma espécie de lista de espera, e que a prioridade neste momento é de brasileiros.

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, disse que muitos países do continente pediram ajuda ao governo para a repatriação de cidadãos, mas que, "neste momento, estamos concentrados primeiro em repatriar os brasileiros", a jornalistas após a reunião.

Participaram da reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros José Múcio Monteiro (Defesa), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), entre outros. Lula também foi informado sobre o andamento da diplomacia brasileira para chegar a um consenso no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que já teve duas reuniões sem um acordo entre os países-membros.

Um terceiro encontro está programado para a noite desta segunda (16).

O Itamaraty informou, também nesta segunda (16), que veículos contratados em Gaza estão de prontidão para levar os brasileiros que estão em Rafah e em Khan Younis até o Egito assim que a fronteira for aberta. O avião presidencial enviado para o resgate também está pronto em Roma para voar à cidade egípcia que for indicada para o resgate – Al Arish, a 53 quilômetros da fronteira, ou no Cairo, a 319 quilômetros de distância.

São cerca de 30 brasileiros e parentes diretos que aguardam o resgate nas duas cidades palestinas.

O governo brasileiro informou, ainda, que cidadãos com condições financeiras de adquirir uma passagem aérea na aviação comercial devem fazê-lo através do aeroporto Ben-Gurion, em Tel Aviv, que segue em operação. Qualquer outro deslocamento no território conflagrado é desaconselhado pelo Itamaraty.

O conflito entre Hamas e Israel já fez cerca de 4,1 mil vítimas desde o último dia 7, quando o grupo terrorista empreendeu um amplo e violento ataque contra alvos civis. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, declarou guerra com um forte contra-ataque ao território palestino.

Entre as vítimas fatais estão três brasileiros que estavam em um festival de música eletrônica, que foi um dos primeiros alvos dos ataques do grupo terrorista. De lá para cá, 2,7 mil cidadãos pediram ajuda ao governo para retornar ao Brasil, sendo que 916 já foram repatriados na primeira fase da operação de resgate, que terminou neste domingo (15).

Há, ainda, 32 brasileiros e parentes próximos que aguardam resgate em Gaza pela fronteira com o Egito. A saída, no entanto, está impedida por conta dos bombardeios de Israel na região. O governo egípcio aguarda um cessar-fogo para permitir a abertura da fronteira através da cidade de Rafah, no Sul do território palestino.

Os ataques feitos pelo Hamas são os piores sofridos por Israel em 50 anos. O grupo é considerado terrorista pelos Estados Unidos e parte dos países que formam a União Europeia.

A facção controla a Faixa de Gaza desde 2007, pregando a destruição de Israel por “ataques crescentes” contra os palestinos na Cisjordânia. Neste final de semana, o governo israelense afirmou que o grupo terrorista manter cerca de 200 pessoas reféns.

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