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Um grupo de deputados liderado por Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou nesta segunda (3) um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma fala em que relativizou o conceito de democracia na Venezuela. A declaração foi dada na semana passada durante uma entrevista a uma rádio do Rio Grande do Sul.
“Protocolei pedido de impeachment por suas falas relativizando a democracia e atacando o patriotismo. Crime de responsabilidade que não iremos admitir”, disse Bilynskyj em uma rede social.
O requerimento é assinado também por outros 26 deputados, entre eles Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-MG), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-AL).
A menos de sete meses de governo, Lula já acumula pelo menos oito pedidos de impeachment e mais de uma centena de ações na Procuradoria-Geral da República (PGR) e pedidos de informações no Congresso. Na entrevista que gerou o novo pedido, o presidente foi questionado sobre por que o atual governo evita considerar a Venezuela como uma ditadora.
“Deixa eu lhe falar uma coisa, o conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia, porque a democracia que me fez chegar à presidência da República pela terceira vez”, disse.
Lula retomou as relações bilaterais com a Venezuela no final do mês de maio, quando recebeu o Nicolás Maduro com honras no Palácio do Planalto. Na ocasião da visita, por conta da Cúpula dos Países da América do Sul, o presidente defendeu o líder venezuelano e disse que foi construída uma “narrativa” sobre a democracia no país.
O petista ainda considerou que “a coisa mais absurda do mundo” é que pessoas que defendem democracia “neguem que Maduro seja presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo”.
A defesa de Maduro por Lula foi criticada por presidentes sul-americanos durante a cúpula, entre eles Luis Lacalle Pou, do Uruguai, e Gabriel Boric, do Chile. Um dos líderes da oposição venezuelana e pré-candidato presidencial, Henrique Capriles, considerou as declarações de Lula como um "tapa na cara de milhões de venezuelanos".