Ouça este conteúdo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou, na manhã desta terça (17), com os mandatários do Irã e da Turquia pedindo apoio para um cessar-fogo de Israel e a criação de um corredor humanitário para a retirada de civis de Gaza pela fronteira com o Egito, a entrada de alimentos e remédios e a libertação dos reféns.
As conversas ocorreram por telefone no Palácio da Alvorada, onde Lula se recupera da cirurgia que fez no quadril. Ainda não há previsão para voltar a despachar do Palácio do Planalto.
Os dois países do Oriente Médio são peças-chave no conflito entre o Hamas e os israelenses, já que há uma desconfiança de que o Irã tenha apoiado os ataques do grupo terrorista – o governo iraniano negou envolvimento. Já a Turquia exerce uma grande influência nas decisões políticas da região.
“Nós temos que conversar com os dois lados que a guerra só significa retrocesso”, disse Lula a Recep Erdogan, presidente turco, a quem convidou para participar da cúpula do G-20 no Brasil, no ano que vem.
Já o diálogo com o homólogo Ebrahim Raisi, do Irã, foi centrado nas vítimas mais vulneráveis da guerra. “O mais importante é termos a condição para mulheres, crianças e idosos não sofram as consequências daqueles que querem guerra”, disse o presidente brasileiro.
O presidente iraniano defendeu o fim imediato dos bombardeios de Israel e o fim do bloqueio da Faixa de Gaza. O território palestino vive sob um intenso controle israelense, e foi cercado pelas tropas após os ataques do Hamas há 11 dias.
No entanto, dias depois do início do conflito, o governo iraniano alertou que se houver uma escalada do contra-ataque israelense a Gaza, as forças armadas do país podem se envolver diretamente. “Se não cessarem as atrocidades em Gaza, o Irã não poderá ficar como simples observador”, afirmou o ministro Hossein Amirabdollahian à TV Al Jazeera.
Amirabdollahian se encontrou com um dos líderes do Hamas em Doha, no Catar, um dia antes.
Desde o início dos conflitos, no último dia 7, pelo menos 4,4 mil pessoas já morreram entre israelenses (1,4 mil) e palestinos (3 mil), a grande maioria de civis. Também há estrangeiros mortos, entre quatro brasileiros que estavam no festival de música eletrônica que foi um dos primeiros pontos atacados pelo grupo terrorista.