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Lula
Presidente ainda afirmou que a prisão foi uma “sacanagem muito grande” e que não aceitou acordo para ir ao semiaberto.| Foto: reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz que foi vítima de uma “sacanagem muito grande” ao ser preso em 2018 em meio às investigações da Operação Lava Jato, e que se recusou a fazer um acordo para deixar a carceragem por não ter uma “canela de pombo” para usar uma tornozeleira eletrônica e cumprir a pena em regime semiaberto.

A lembrança dos 580 dias de cárcere ocorreu durante um discurso em João Pessoa na última semana, durante a inauguração de uma unidade de uma empresa na cidade.

“Fizeram uma sacanagem muito grande e eu fiquei 580 dias na cadeia. Quando foi um dia, resolveram achar que eu tinha que ir para casa e foram me oferecer um acordo. Tinha que aceitar colocar tornozeleira na minha canela e ir para casa”, disse durante o evento (veja o trecho).

Lula afirmou que propuseram a ele um acordo para cumprir o restante da pena em casa, mas que não iria por conta de sua "dignidade".

“Falei para quem foi me propor o acordo: ‘primeiro, não troco minha dignidade pela minha liberdade. Segundo, minha canela não é canela de pombo. Terceiro, a minha casa não é prisão e se vocês me prenderam, quando vocês acharem, me libertem porque não tem acordo. Eu vou provar minha inocência’”, disse.

Ele seguiu na crítica e afirmou que tentaram propor o acordo para evitar que ele se candidatasse novamente à presidência, e que “está o Lula outra vez presidente da República graças a vocês”.

Esta foi a segunda vez em menos de um mês que Lula lembra dos 580 dias em que esteve preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Em meados de agosto, ele esteve na capital paranaense para participar de uma série de eventos do governo e afirmou que gostaria de visitar a cela em que ficou detido.

“Eu me sinto muito à vontade em Curitiba. [...] Eu ia fazer uma visita na cela que eu fiquei preso, só não vou hoje [quinta, 15] porque a [primeira-dama] Janja não está comigo, e ela queria ir comigo”, disse em uma entrevista à Rádio T da cidade.

Naquele dia, ele dedicou a entrevista às pessoas que fizeram uma vigília durante o período em que ficou preso, dando “bom dia, presidente; boa tarde, presidente; boa noite, presidente”. “Essa vigília, embora eu não visse ela por estar preso, mas, o significado do que vocês fizeram nesse país, e sobretudo pra mim, não tem preço”, completou.

Pouco depois, durante um discurso na fábrica de fertilizantes em Araucária (PR), na região metropolitana da capital paranaense, Lula se emocionou ao lembrar das saudações. "Todo santo dia fazendo frio, calor ou chovendo, domingo ou feriado prolongado, eu via da cela, que eu estava todo dia, o pessoal cantar, cantar parabéns, comemorar aniversario, aquilo marcou minha vida. Aquilo marcou a minha vida", disse.

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