O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o homólogo francês Emmanuel Macron se reuniram, no final da manhã desta sexta (23), para conversar sobre parcerias estratégicas entre os dois países e uma solução para os entraves ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
Fontes do governo francês ouvidas pela EFE não detalharam os assuntos da reunião, mas indicaram que a guerra da Rússia contra a Ucrânia e uma parceria em defesa também foram citadas no encontro.
Lula foi recebido por Macron com todas as honras no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa. O encontro se estendeu durante um almoço de cerca de uma hora e meia.
Pouco antes dos dois se encontrarem individualmente, Lula havia criticado Paris no plenário da Cúpula para o Novo Pacto Financeiro Global devido a obstáculos e ao que classificou como "ameaças", em referência às exigências ambientais da UE.
“A carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós tenhamos uma parceira estratégica e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico”, criticou Lula em seu discurso na cúpula.
O presidente se referiu assim ao dispositivo proposto pela UE como condicionante para o acordo que prevê sanções em caso de descumprimento de exigências ambientais.
A guerra na Ucrânia, na qual o Brasil busca uma posição equidistante entre Kiev e Moscou, também esteve na mesa do encontro entre Lula e Macron, que têm uma notória sintonia pessoal.
A presidência francesa informou que foi discutida uma parceria estratégica em Defesa. Nesse sentido, Lula recebeu no hotel Intercontinental, onde está hospedado, o presidente da fabricante francesa de submarinos nucleares Naval Group, Pierre Eric Pommellet. Nenhum detalhe desse encontro foi divulgado.
Com Macron, o presidente brasileiro também falou sobre intercâmbio cultural e mudança climática.
Na frenética agenda de Lula também estão previstos encontros com o líder da esquerda francesa, Jean-Luc Mélenchon; a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo; e o presidente da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso.
O chefe de Estado brasileiro encerrará sua visita esta noite com um encontro solicitado pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
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