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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs ao presidente Emmanuel Macron, da França, nesta quarta (27), a criação de uma inteligência artificial que seja contra o que ele classifica como “fake news” em meio a um problema que ele chama de “animosidade contra o processo democrático do país”.
A proposta foi citada no discurso da cerimônia de lançamento ao mar do submarino Tonelero, em Itaguaí (RJ), construído em parceria com a França. O veículo naval é um dos cinco que fazem parte do acordo de cooperação que compreende quatro convencionais e um a propulsão nuclear no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub).
O lançamento teve a participação da primeira-dama Janja Lula da Silva, que fez o batismo da embarcação.
Lula celebrou a parceria com a França no programa, exaltou os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países comemorado em 2025, a presença de Macron – que ele levou o para conhecer a floresta amazônica no Pará –, e afirmou que pretende assinar mais acordos bilaterais.
“Nós temos que aproveitar essa amizade, esse entendimento, para que a gente possa fortalecer os dois países, para que a gente possa trocar os nossos conhecimentos científicos e tecnológicos, para que a gente possa produzir uma Inteligência Artificial do bem, e não uma Inteligência Artificial do mal. Uma Inteligência Artificial para ajudar a cuidar da saúde, para ajudar a cuidar do povo pobre, para melhorar a descarbonização do planeta Terra, e não uma Inteligência Artificial para contar fake news todo santo dia aos ouvidos e olhos de bilhões e bilhões de seres humanos”, disse Lula durante o discurso.
Pouco antes, ele mencionou que há “um problema muito sério de animosidade contra o processo democrático desse país, contra o processo democrático do planeta Terra”, e que ambos os países são “defensores da paz em todo e qualquer momento da nossa história”.
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Por outro lado, nenhum dos dois mandatários mencionou o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que está travado por conta do protecionismo francês ao agronegócio do país.
Ainda durante o discurso, Lula frisou que o ProSub é o “maior e mais importante projeto de cooperação internacional em assuntos de defesa do Brasil”, garantindo a “soberania nacional”, fortalecendo a indústria naval e promovendo o desenvolvimento tecnológico e a geração de empregos.
“Eu tinha insistido para o presidente Macron vir conhecer esse estaleiro aqui, porque ele disse que é um dos mais modernos do mundo, mas eu disse para ele: se ele viesse aqui, ele não iria ver o estaleiro mais moderno, um dos mais modernos, ele iria ver o estaleiro mais sofisticado desse século, construído aqui no Brasil, para, junto com a França, construir o nosso primeiro submarino de propulsão nuclear”, pontuou Lula.
Além do Tonelero, que é o terceiro do programa, o ProSub também já entregou os submarinos Humaitá e Riachuelo, e terá como próximos o Angostura e o Álvaro Alberto – este último de propulsão nuclear.
Durante o discurso, o presidente também mencionou a ampliação da cooperação em tecnologias de defesa, incluindo a criação do Comitê Bilateral de Armamentos e a atualização do Super Computador Santos Dumont, essenciais para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.