Passados quatro dias desde o ataque brutal a um hospital infantil em Kyiv, capital da Ucrânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda mantém o silêncio sobre o bombardeio atribuído à Rússia que deixou mortos e feridos. O hospital ficou destruído na última segunda-feira (8). Essa ação ocorreu em meio a maior e mais letal onda de ataques aéreos russos em meses.
Após fazer declarações interpretadas como acenos ao ditador Vladimir Putin, Lula, até o momento, não fez comentários sobre os recentes acontecimentos em solo ucraniano.
Apesar de manter o silêncio sobre os recentes bombardeios na Ucrânia, Lula tem sido contundente nas críticas aos ataques israelenses na Faixa de Gaza e sobre as vítimas do conflito, sobretudo com relação às mulheres e às crianças palestinas.
“Quero pedir a vocês uma solidariedade às mulheres e crianças que estão morrendo na Palestina por conta da irresponsabilidade do governo de Israel, que continua matando mulheres e crianças”, disse Lula durante inauguração de obras em São Paulo, em maio.
O mandatário brasileiro fez diversos acenos a Vladimir Putin nos últimos meses e evita fazer críticas ao russo. Após a notícia dos ataques ao hospital infantil, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota oficial e omitiu a Rússia como autora do bombardeio. No posicionamento, a pasta se limitou a afirmar que “reitera sua condenação a ataques em áreas densamente povoadas”.
Os ataques massivos da Rússia com mísseis atingiram a capital, Kyiv, e as cidades de Dnipro, Kryvyi Rih, Sloviansk e Kramatorsk. Ao menos 40 pessoas morreram e outras 140 ficaram feridas em diferentes regiões da Ucrânia nos últimos dias. Os mísseis não interceptados atingiram edifícios residenciais e comerciais, e o Hospital Okhmatdit, o maior do país especializado em atendimento pediátrico. No hospital infantil, duas pessoas foram mortas e dez ficaram feridas.
Autoria dos ataques na Ucrânia
A Rússia tem negado a autoria dos ataques e afirma, sem provas, que o fogo antiaéreo ucraniano teria sido o responsável pelo bombardeio da última segunda (8).
A missão de vigilância de direitos humanos da ONU na Ucrânia, por outro lado, afirma ter provas contundentes da responsabilidade russa nos ataques.
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