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O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou, neste final de semana, que a tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de se colocar como um mediador no conflito entre Israel e Hamas serve apenas para ele “exercitar a sua megalomania diplomática”.
A declaração foi dada em uma postagem nas redes sociais sobre as sucessivas tentativas do Brasil de aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para um cessar-fogo de Israel no conflito que já ocorre há dez dias.
As últimas duas reuniões do colegiado terminaram sem consenso e há a expectativa de que um novo encontro seja realizado na noite desta segunda (16).
“O Brasil não tem relevância internacional suficiente para fazer qualquer diferença na guerra no Oriente Médio. A crise serve apenas para Lula exercitar a sua megalomania diplomática e para revelar o quanto a ideologia comprometeu a capacidade de parte da política brasileira de condenar atos terroristas”, disse o senador (veja aqui).
Lula e o governo como um todo vem sendo cobrado por não se posicionar enfaticamente em classificar o Hamas como um grupo terrorista, embora repudie os “ataques terroristas”.
Ainda neste final de semana, o ex-ministro Celso Amorim disse que classificar o grupo como terrorista poderia prejudicar as negociações para a retirada de brasileiros que estão em Gaza, já que o governo conversa “com pessoas do Hamas” para articular a saída dos cidadãos do território.
“Não estou defendendo que esta é a prática certa, só quero dizer que não é uma coisa tão simples”, afirmou Amorim em entrevista à GloboNews neste final de semana.
O conflito entre Hamas e Israel já fez cerca de 4,1 mil vítimas desde o último dia 7, quando o grupo terrorista empreendeu um amplo e violento ataque contra alvos civis. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, declarou guerra com um forte contra-ataque ao território palestino.
Entre as vítimas fatais estão três brasileiros que estavam em um festival de música eletrônica, que foi um dos primeiros alvos dos ataques do grupo terrorista. De lá para cá, 2,7 mil cidadãos pediram ajuda ao governo para retornar ao Brasil, sendo que 916 já foram repatriados na primeira fase da operação de resgate, que terminou neste domingo (15).
Há, ainda, 32 brasileiros e parentes próximos que aguardam resgate em Gaza pela fronteira com o Egito. A saída, no entanto, está impedida por conta dos bombardeios de Israel na região. O governo egípcio aguarda um cessar-fogo para permitir a abertura da fronteira através da cidade de Rafah, no Sul do território palestino.
Os ataques feitos pelo Hamas são os piores sofridos por Israel em 50 anos. O grupo é considerado terrorista pelos Estados Unidos e parte dos países que formam a União Europeia.
A facção controla a Faixa de Gaza desde 2007, pregando a destruição de Israel por “ataques crescentes” contra os palestinos na Cisjordânia. Neste final de semana, o governo israelense afirmou que o grupo terrorista manter cerca de 200 pessoas reféns.