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Relação com o Congresso

Lula tem menos medidas provisórias convertidas em lei do que Bolsonaro

Lula com Lira e Pacheco
Primeiro ano de Lula teve 52 medidas provisórias editadas, mas apenas 8 foram convertidas em lei. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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O primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve a menor quantidade de medidas provisórias convertidas em lei do que em todos os quatro anos de gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com um levantamento divulgado nesta semana pela Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto editou 52 MPs ao longo de 2023, sendo que apenas 8 delas foram convertidas em lei.

Isso corresponde a um total de 15,38% de todas as medidas provisórias editadas, e outras 23 perderam vigência ou foram revogadas. Ainda há 21 em tramitação.

De acordo com o levantamento da Câmara, a conversão de MPs em lei nos quatro anos de Bolsonaro ficou entre 45% e 79%, sendo o ano de 2022 – último do governo – o que teve a maior quantidade de textos transformados em legislação (46 de 78).

Veja abaixo quantas medidas provisórias foram transformadas em lei no primeiro ano do terceiro governo de Lula e durante os quatro anos de Bolsonaro:

Das 21 medidas provisórias editadas pelo governo Lula que ainda estão em tramitação, algumas terão prazo apertado para serem votadas na volta do recesso parlamentar em fevereiro. Uma delas, a que altera a tributação dos fundos fechados no Brasil, vence no dia 4 de fevereiro. No entanto, o conteúdo foi incorporado em um outro projeto de lei já aprovado e sancionado pelo presidente.

Também em fevereiro termina a vigência da medida provisória que combate emergências fitossanitárias e a que abre um crédito extraordinário de R$ 360,9 milhões para três ministérios. Já a MP que cria o Ministério do Empreendedorismo foi aprovada pelas duas casas do Congresso, mas ainda precisa ser sancionada.

Ao longo de todo o ano de 2023, o governo enfrentou resistência no Congresso para conseguir passar projetos de interesse por falta de uma base governista consolidada e os votos contrários de deputados mesmo de partidos que se aliaram ao Planalto após o início do novo governo, como o PP e o Republicanos, e de aliados desde a transição, como o União Brasil.

O líder do PT da Câmara, José Guimarães (PT-CE), chegou a reconhecer no ano passado que achou, em diversos momentos, que o governo iria perder importantes votações de MPs propostas, como a que reorganizou a Esplanada dos Ministérios aumentando a quantidade de pastas para 38.

O governo também se viu em dificuldades para aprovar medidas importantes, como tributações de fundos exclusivos e offshores, a reforma tributária, entre outras, em que teve de liberar bilhões de reais em emendas parlamentares.

Apesar da dificuldade em passar projetos de lei considerados importantes e tendo que abrir os cofres para conseguir o apoio dos parlamentares, o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, negou por diversas vezes que tenha havido um "toma lá dá cá", creditando a aprovação de "tudo o que o governo encaminhou" ao "diálogo" com o Congresso.

Ainda na volta do recesso, o Senado deve analisar a mais recente medida provisória encaminhada pelo Ministério da Fazenda que pretende reonerar segmentos do setor produtivo que eram beneficiados pela prorrogação da desoneração da folha de pagamento, que teve o veto presidencial derrubado pelo Congresso em dezembro.

O tema vem gerando ruído entre senadores e o governo, já que vai de encontro à decisão dos parlamentares de manterem os benefícios fiscais aos 17 setores da economia que mais geram empregos.

Ao longo desta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem sido pressionado por líderes para devolver a medida provisória ao governo, enquanto que interlocutores do ministério tentam contornar a situação e convencer o senador a seguir com a tramitação.

Pacheco já adiantou que está ouvindo os líderes e que só vai decidir pela devolução total ou parcial ou outro tipo de tramitação – como um projeto de lei, por exemplo – após conversar com Haddad na próxima semana. A expectativa é de que os dois se reúnam na segunda (15), quando o ministro retorna das férias.

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