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Lula e Haddad
Ministros também devem orientar Lula a segurar as críticas ao Banco Central e aceitar cortes nos gastos do governo.| Foto: André Borges/EFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá com ministros da equipe econômica no final da tarde desta quarta (3) para definir medidas que contenham a escalada do dólar e onde serão os cortes nos gastos do governo.

O encontro está confirmado para às 16h30 com a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão em Serviços Públicos), Rui Costa (Casa Civil) e o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan.

A reunião foi confirmada por Lula na terça (2) após ele se dizer preocupado com a escalada do dólar e afirmar que há um “jogo de interesse especulativo contra o real”. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 5,66 após bater quase os R$ 5,70 pela manhã após uma entrevista do presidente em que voltou a criticar a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Por outro lado, Haddad, mais tarde, afirmou que a reunião será para tratar de medidas fiscais, principalmente o corte de gastos defendido pelo mercado e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para cumprir a meta de zerar o rombo das contas públicas neste ano sem apelar para o aumento na arrecadação.

As sucessivas falas de Lula contra Campos Neto por conta da manutenção da taxa básica de juros a 10,5% geraram uma forte apreensão no mercado financeiro, levando a uma escalada do dólar nas últimas semanas.

A apreensão também foi reforçada após Lula questionar a necessidade de se cortar gastos no governo, sinalizando que o ajuste fiscal poderia continuar em cima da arrecadação. Ele também negou que haverá qualquer desvinculação de benefícios com o salário mínimo, mas que pagamentos irregulares devem ser cortados após um pente-fino.

Haddad não concordou explicitamente com as falas de Lula, mas disse que há uma falha de comunicação, o que pode levá-lo a pedir ao presidente para conter as críticas que tem feito.

Além de negar que haverá mudanças nos benefícios atrelados ao salário mínimo, Lula também negou que vá mexer na aposentadoria dos militares, que foi citada recentemente por Simone Tebet como um dos pontos que poderiam passar por revisão.

A expectativa é de que a reunião do final desta tarde seja longa e as medidas acertadas sejam anunciadas na quinta (4).

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