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Lula
Reunião foi pedida pelos movimentos após Lula se encontrar com entidades do agronegócio no mês passado.| Foto: André Borges/EFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com movimentos sociais e entidades sindicais neste sábado (6), pela manhã até o meio da tarde, na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República em Brasília.

O encontro foi pedido pelos movimentos após o presidente ter reunido entidades do agronegócio no mês passado, com quem teve uma relação conflituosa ao longo do ano passado. Após a reunião, as entidades sociais também pediram um encontro para levar pautas dos movimentos e cobrar mais medidas do governo.

Entre as entidades participantes neste sábado (6), estiveram representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Tera (MST), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação Única dos Petroleitos (FUP), entre outras.

A FUP, em especial, levou o presidente a insatisfação com a possível troca de comando na Petrobras, que teve a crise interna acirrada nesta semana após uma entrevista do ministro Alexandre de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, sobre as diferenças com o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Embora a federação tenha participado do encontro, o ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência, Márcio Macedo, afirmou que a substituição do comando da estatal não foi discutida oficialmente. A conversa de Lula com os petroleiros tratou, diz, do papel social e dos planos de investimento da companhia.

“Não foi tratado nenhum tema em relação a mudanças ou conflitos na Petrobras. [Lula] falou da necessidade de uma Petrobras que seja além do petróleo, foi debatido que tenha esse alcance de uma empresa de energia, que possa estar aberta à discussão sobre a transição ecológica, sobre as outras formas de investimentos de energia no país”, afirmou a jornalistas no meio da tarde, após o encontro.

A crise da Petrobras se intensificou após vir à tona, segundo foi relatado por interlocutores, a informação de que o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloisio Mercadante, teria se reunido com Prates para mencionar que foi sondado pelo governo para assumir a estatal.

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Se esperava para este final de semana uma reunião de Lula com Prates ou Mercadante para tratar sobre a crise na Petrobras, mas nenhum encontro foi marcado e não há a expectativa de nenhuma marcação.

Lula, no entanto, não falou com a imprensa após o encontro desta tarde. Ele apenas postou nas redes sociais que o dia foi de "conversa e escuta com representantes dos movimentos sociais do nosso país", seguida por uma foto do encontro:

Encontro na Granja do Torto
Lula reunido com representantes de movimentos sociais na Granja do Torto, neste sábado (6).| Ricardo Stuckert/Secom

Movimentos pedem mais atenção

Ainda segundo Márcio Macedo, Lula ouviu muito “pacientemente” as demandas dos movimentos sociais durante o encontro, e “fez um diálogo a partir da provocação das pessoas”.

Macedo foi questionado se havia alguma preocupação do governo com o chamado “Abril Vermelho”, que é a campanha que o MST faz ao longo do mês de intensificar as invasões e mobilizações sociais no campo. No ano passado, acabou gerando uma CPI no Congresso.

O ministro disse aos jornalistas que o “governo respeita os movimentos” e que tratou com o MST de políticas públicas, crédito e apoio à agricultura familiar, entre outros temas. Se espera que, na segunda (8), o governo apresente um projeto – que vem sendo chamado de “prateleira de terras” – que será uma relação de terras improdutivas e devolutas da União que possam ser destinadas à reforma agrária.

Este foi um pedido feito por Lula no ano passado após o MST invadir uma propriedade da Embrapa em abril – durante o movimento “Abril Vermelho” e em julho do ano passado. “Por que temos que esperar o MST invadir a terra para depois o Incra agir”, questionou Lula em uma live.

Macedo afirmou, ainda, que este foi apenas o primeiro encontro com entidades sociais e sindicais, e que outros serão marcados. Isso, porque, representantes de movimentos como Força Sindical e União Geral dos Trabalhadores (UGT) não foram convidados para a reunião.

“É a primeira de uma série de reuniões que haverá com diversos movimentos que tenham representação nacional que tenham solicitado e pedido de estar com o presidente. [...] Temos mais 3 anos para concluir os compromissos que o presidente tem com o povo brasileiro”, completou.

Além das entidades, também participaram representantes de movimentos evangélicos, católicos, bancários, metalúrgicos, pastorais da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros.

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