O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outros movimentos sociais que o governo estará mais aberto ao diálogo. A afirmação ocorreu durante uma visita ao chamado Armazém do Campo, em São Paulo, que é administrado pelos sem terra, nesta sexta (19).
A reunião foi a portas fechadas e Lula não falou com a imprensa. No entanto, o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, confirmou que o presidente se comprometeu em atender as demandas dos movimentos.
“A gente ouviu as demandas e a avaliação política dos movimentos, e também o governo falou”, disse Macêdo lembrando que o MST sempre apoiou Lula durante a prisão em Curitiba e que “hoje está presente ajudando o nosso presidente a governar o nosso país”.
Pelas redes sociais, Lula disse que “os produtos orgânicos e de qualidade da Reforma Agrária precisam chegar cada vez mais à mesa das famílias brasileiras para que o ciclo se complete, gerando emprego e renda no campo, além de proporcionar uma vida mais saudável para quem consome”.
Ele, no entanto, não comentou como foi a visita ao Armazém do Campo, que durou cerca de três horas e teve a participação de representantes de mais de 70 movimentos sociais. Também participaram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Laércio Portela (Secom), além da primeira-dama Janja Lula da Silva e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
“O presidente informou aos movimentos que o governo terá responsabilidade com os gastos, controle da inflação e investimentos nos programas sociais e nas políticas públicas”, emendou Macêdo lembrando que Haddad anunciou o bloqueio de R$ 15 bilhões no orçamento na quinta (18).
No começo deste mês, Lula fez um afago no MST afirmando que “faz tempo que os sem-terra não invadem terra neste país”, e que “fizeram uma opção de se transformar em pequenos produtores altamente produtivos”.
Ele afirmou, ainda, que os produtores deveriam ter medo é dos bancos que, diz, “está tomando terra deles hoje” ao comprarem títulos da dívida agrária. “Banco, quando compra um título, é imperdoável, ele vai em cima e recebe ou toma a terra”, completou.
Lula é criticado pelo agronegócio desde o começo do governo por não agir energicamente contra o MST, aliado histórico que também fez duras cobranças durante todo o ano passado pela lentidão do presidente em tocar a reforma agrária.
No primeiro semestre deste ano, como uma resposta após pressão, Lula lançou o programa “Terra da Gente” para criar uma espécie de “prateleira de terras” voltadas à reforma agrária.
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