Presidente recebeu o MST na Granja do Torto e ouviu pedidos sobre reforma agrária e socorro a assentamentos.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste final de semana com lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e sinalizou que cumprirá pedidos feitos pelo grupo. O encontro ocorreu na manhã de sábado (17) na Granja do Torto, a segunda residência oficial da Presidência da República em Brasília.

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Lula não divulgou registros do encontro nas redes sociais, mas se deixou posar em uma foto com uma bandeira do MST, que publicou o teor do encontro. O petista e o movimento são aliados históricos, embora venha sendo constantemente cobrado para agilizar as políticas de reforma agrária.

Segundo o MST, Lula se mostrou satisfeito com o encontro com os líderes do movimento e “demonstrou preocupação com as questões apresentadas pelo Movimento e sinalizou comprometimento em resolvê-las”. O encontro foi registrado na agenda oficial do presidente.

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O MST informou que este foi o primeiro encontro com o presidente neste terceiro mandato. O movimento já havia se reunido com Lula em abril também na Granja, mas em um evento que teve a participação de outras entidades sociais, como centrais sindicais – CUT e Contag – e a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Durante a reunião, os líderes do MST relataram a Lula a preocupação com o aumento da violência no campo, como confrontos entre sem-terra e produtores, além da situação de 65 mil famílias acampadas que aguardam a posse de terra e “e das quase 500 mil famílias assentadas, que enfrentam diversas dificuldades para avançar na produção de alimentos”.

“Para isto, apresentou um Plano Agrário que permita o avanço da Reforma Agrária Popular, com políticas ligadas ao assentamento das famílias acampadas, massificação da agroecologia, acesso a crédito para produção de alimentos saudáveis, combate à violência no campo e recuperação ambiental. Também apontou a necessidade de fortalecimento e reestruturação de órgãos ligados à Reforma Agrária, como Incra e Conab”, disse o grupo em nota.

Os líderes do movimento também relataram preocupação com nove assentamentos da reforma agrária e cooperativas atingidos pelas enchentes do Rio Grande do Sul em maio, e que mais de dois mil hectares de arroz foram perdidos.

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A relação de Lula com o MST vive altos e baixos desde que o petista voltou à presidência, no ano passado. Mais recentemente, o líder nacional do movimento, João Pedro Stedile, criticou o governo por “se meter” em assuntos relativos à soberania de outros países – neste caso, por cobrar da Venezuela a divulgação das atas de votação que supostamente reelegeram o ditador Nicolás Maduro.

A crítica de Stédile foi feita em referência à decisão do presidente do México, Manuel López Obrador, de suspender as conversas com o Brasil e a Colômbia sobre a crise na Venezuela. Os três países chegaram a escrever uma carta conjunta para pressionar o governo venezuelano a comprovar a vitória de Maduro, mas Obrador decidiu esperar que a Corte do país se pronuncie.

“É muito sábia a posição do presidente do México Lopez Obrador sobre a situação da Venezuela. O Itamaraty [Ministério das Relações Exteriores brasileiro] deveria aprender com ele, em vez que querer se meter em assuntos de soberania de outros países”, disse.

No começo deste ano, o coordenador do MST, João Paulo Rodrigues, reclamou que falta “comando político” de Lula com o movimento. “Nós não temos o que reclamar dos ministros. O nosso problema é uma reunião de comando político, quando junta mais de um ministro, com o presidente Lula, para tratar dos assuntos do país e da reforma agrária”, disse na época.

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