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Invasão de terras

Lula não se mexe para conter invasões do MST, diz senadora da bancada do agronegócio

Tereza Cristina
Tereza Cristina afirma que governo até tenta se aproximar do agronegócio, mas acenos ao MST minam confiança. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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A senadora Tereza Cristina (PP-MS) diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até tem se esforçado para tentar melhorar o diálogo com o agronegócio desde os ataques que fez ao setor nos primeiros meses de mandato, mas que vem falhando em conter as invasões pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Cristina é uma das principais vozes do agronegócio no país e reconhece que este governo está direcionando mais recursos ao setor do que antes. No entanto, a falta de uma ação mais efetiva de Lula com os aliados históricos mina uma melhor aproximação com os produtores.

“Temos um problema sério de invasões. Não é culpa do governo, mas ele também não se mexeu”, disse a senadora em entrevista ao jornal O Globo publicada neste final de semana.

De acordo com Tereza Cristina, a postura inicial de Lula foi ruim, com “falas hostis” aos produtores. Ele chegou a chama-los de “fascistas e negacionistas” durante um evento do governo na Bahia.

“Lula ter colocado o MST na pauta prioritária dele, voltando com negócio de invasão, dando uma conotação de que o MST era um movimento legal. Os produtores rurais não aceitam a insegurança que a invasão em terra produtiva traz”, aponta a senadora.

Mais recentemente, Lula disse a integrantes do MST que atenderia a demandas por mais diálogo e investimentos em programas sociais e políticas públicas. Na última sexta (19), ele participou de uma reunião a portas fechadas com mais de 70 movimentos sociais no chamado Armazém do Campo, em São Paulo, administrado pelos sem terra.

Para a senadora, apesar dessa ligação, há algum avanço e esforço de Lula em colocar mais recursos para o agronegócio, como os dois últimos Planos Safra com montantes recordes. O deste ano, por exemplo, soma R$ 475 bilhões, sendo R$ 400 bilhões para o agro empresarial e R$ 75 bilhões para os pequenos e médios produtores.

“Ele vê que para aprovar qualquer projeto na Câmara hoje é preciso a FPA (Frente Parlamentar da Agricultura). São mais de 300 deputados e eles têm votado de forma muito coesa. O senador é mais individualista que o deputado, mas [a frente] vem crescendo no Senado também. É uma questão de sobrevivência, o governo precisa estar mais junto”, afirma a senadora.

Ela ainda lembra que Lula coloca “na mesma cesta” tanto os produtores que seguem à risca a legislação – como a preservação compulsória de reserva legal – com os 2% que cometem crimes ambientais. “Os produtores se sentem mal com isso. Não vemos defesa lá fora do produtor rural”, completou lembrando que o agro é o setor que puxa a economia brasileira.

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