O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofereceu nesta segunda (16) os cumprimentos ao presidente eleito do Equador neste final de semana, Daniel Noboa. Ele concorreu pela aliança Ação Democrática Nacional (ADN), da direita equatoriana, e derrotou Luisa González, aliada do ex-presidente Rafael Correa.
Pelas redes sociais, Lula desejou “saúde e sucesso no seu futuro mandato”, e disse que quer trabalhar com Noboa para “aprofundar as relações bilaterais” entre os dois países.
“Expresso minha disposição de seguir trabalhando pelo bem-estar dos nossos povos, tradicionalmente amigos, de aprofundar as relações bilaterais e de atuar pelo desenvolvimento da América do Sul”, afirmou (veja na íntegra).
Mais jovem presidente do país, aos 35 anos, Noboa é empresário e ex-deputado, herdeiro de uma das famílias mais ricas do Equador. Ele assumirá a presidência do Equador para o período 2021-2025 e completará o mandato do atual presidente, o conservador Guillermo Lasso, que optou por deixar o cargo antecipadamente aplicando a chamada “morte cruzada” em maio.
Com esse mecanismo constitucional, Lasso forçou o processo eleitoral extraordinário ao dissolver a Assembleia Nacional (Parlamento) quando ela, controlada por uma oposição liderada por aliados de Rafael Correa – como González –, estava prestes a votar uma moção para destituir o governante, acusado de suposto desvio de dinheiro, o que ele rejeita.
Noboa venceu as eleições com uma proposta focada na juventude e na criação de empregos e oportunidades, mas também no enfrentamento da crise de segurança no Equador ligada ao crime organizado.
O país vive seu pior período de violência, com aumento de 5,8 para 25,62 homicídios por 100 mil habitantes nos últimos cinco anos até o fim de 2022, o que representa a maior taxa desde que os registros começaram. Isso se deve ao aumento da atuação de máfias principalmente dedicadas ao tráfico de drogas, já que o Equador se tornou um centro para o tráfico global de cocaína.
Essas eleições foram as mais violentas da história do país, sendo o episódio mais grave o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, morto a tiros do lado de fora de um comício eleitoral em Quito 11 dias antes do primeiro turno, em 20 de agosto.
O novo presidente também terá entre seus desafios o déficit econômico, que está crescendo diante da redução das receitas neste ano devido à queda nos preços do petróleo, um dos principais pilares da economia equatoriana, que também pode ser atingido pelo fenômeno climático El Niño previsto para o final do ano.
Outro desafio será conseguir a governabilidade que Lasso não conseguiu, pois Noboa terá de lidar com uma Assembleia Nacional em que o correísmo será novamente a principal força, embora não tenha maioria absoluta.
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