O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta (21) um pacto entre os Três Poderes para desenvolver uma agenda ambiental e climática para o desenvolvimento sustentável para o Brasil. O chamado "Pacto pela Transformação Ecológica" tem a participação dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
A iniciativa, de acordo com a proposta apresentada, visa proteger a biodiversidade e os recursos naturais do país ao mesmo tempo em que promove a produção agrícola de forma sustentável. Lula afirmou que esse pacto sinaliza que o desenvolvimento do país não é apenas uma política de governo, mas de Estado “perene e inclusiva”.
“Esse simbolismo se traduz na imagem de uma nação que se une, converge e constrói um conjunto sem segregações permeadas pelo ódio ou pela intolerância”, pontuou citando o compromisso ambiental firmado como parte da presidência rotativa do G20 e da realização da COP30 em Belém.
Lula citou, ainda, que o Novo PAC inclui em torno de 20 projetos de combustível de baixo carbono, e lembrou da necessidade de se criar uma economia sustentável para os povos habitantes da floresta amazônica.
Já o presidente do Supremo afirmou que, apesar de todos os sinais evidentes, como a seca no Amazonas, as queimadas no Pantanal e as enchentes no Rio Grande do Sul, ainda há quem não acredita nas mudanças climáticas.
“[Precisamos] superar o negacionismo, ainda tem muita gente que não acredita que nós temos um problema real afetando a humanidade apesar de a quase totalidade dos cientistas documentarem que é a atuação do homem na Terra que está produzindo essa consequência”, pontuou.
Por outro lado, Lira não entrou na questão do “negacionismo climático” citada por Barroso, apenas ressaltou que a Câmara tem trabalhado durante sua gestão na votação de projetos verdes, como o Mover – de descarbonização da cadeia de produção automotiva –, mercado de carbono entre outros. “Esse ato é uma agenda que já está sendo implementada, pronta para avançar mais rápido por meio da cooperação entre os signatários”, pontuou.
Já Pacheco pontuou durante o discurso a questão da harmonia dos Três Poderes, que chegou a ser abalada nas últimas semanas após o ministro Flávio Dino, do STF, determinar a suspensão das emendas parlamentares sem a devida transparência. O impasse foi resolvido em uma reunião de mais de três horas na terça (20) entre o governo, o Legislativo e o Judiciário, que estabeleceu novas regras para as transferências.
“Tenho convicção que um desenvolvimento sustentável para por um equilíbrio democrático harmônico e colaborativo entre os Poderes institucionais”, pontuou.
Ele lembrou, ainda, da importância da Amazônia e os demais recursos naturais do Brasil únicos no planeta, ressaltando a necessidade de formular uma “cultura institucional que sirva de modelo para os demais países”.
“Esse é um caminho e que o mundo reconhece como sendo nosso, do Brasil. As portas estão abertas para que possamos honrar a nossa obrigação”, ressaltou citando a presença brasileira em acordos ambientais internacionais.
Objetivos do pacto
Entre os principais objetivos do pacto estão a proteção dos biomas naturais, a regeneração da biodiversidade, o combate ao desmatamento ilegal e a promoção de cidades sustentáveis. O acordo também inclui metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adoção de práticas produtivas mais sustentáveis.
Em termos econômicos, o pacto incentiva a inovação tecnológica e a geração de empregos de qualidade por meio da economia circular, do uso sustentável dos recursos naturais e do investimento em fontes de energia renovável.
As ações do pacto estão divididas em três eixos principais: ordenamento territorial e fundiário, transição energética e desenvolvimento sustentável com justiça social, ambiental e climática. Um comitê gestor conjunto será responsável por acompanhar a implementação das 26 medidas formuladas pelo pacto.
Entre as cinco principais estão a ampliação do financiamento e a redução do custo do crédito para projetos sustentáveis, a priorização de projetos de lei relacionados à agenda ecológica pelo Legislativo, e a agilidade nas demandas judiciais ambientais pelo Judiciário.
Ainda de acordo com o governo, haverá integração dos bancos de dados imobiliários, ambientais e fiscais, e a adoção de medidas de gestão pelos Três Poderes para reduzir os impactos ambientais de suas atividades, como licitações sustentáveis e eficiência energética.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF