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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou a vitória do empresário Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos na madrugada desta quarta (6) e disse desejar “sorte e sucesso ao novo governo”.
O reconhecimento da vitória ocorreu perto das 9h ao chegar no Palácio do Planalto. Apesar de parabenizar Trump, Lula havia manifestado apoio a Kamala Harris, que perdeu a eleição com uma diferença ampla de 53 votos dos delegados dos estados americanos.
“Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada”, disse Lula nas redes sociais.
Lula, no entanto, não explicou se ligará para Trump para parabenizar pela vitória, como é de praxe da diplomacia do governo brasileiro.
Ele ainda emendou afirmando que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”. “Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, completou.
A fala contrasta com o que disse na semana passada ao canal francês TF1, em que sinalizou que a volta de Trump significaria um retorno do fascismo e do nazismo. Ele ainda disse que apoiava Kamala Harris na disputa.
“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos EUA, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia. [...] Temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos Estados Unidos, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”, disse.
Há a expectativa de que o governo se pronuncie institucionalmente ainda nesta quarta (6), mas sem previsão de horário.
Enquanto Lula adotou um tom mais pragmático e sereno à vitória de Trump, a esquerda brasileira lamentou e disse esperar “tempos difíceis”, principalmente na questão das mudanças climáticas.
“A mais rica nação do mundo elegeu um presidente que cultiva os piores valores humanos. Nega as mudanças climáticas e a ciência e apoia a extrema direita no mundo. Tempos difíceis para a humanidade”, disse o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
Na mesma toada comentou o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que afirmou que "com a vitória de Trump quem perde não é só a Kamala, mas a democracia, o meio ambiente e o clima que são constantemente ameaçados pela extrema direita".
Na tarde de terça (5), o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou que a vitória de Trump – ainda tratando como “eventual” – não traria impacto para o governo Lula. Para ele, “se o Trump quiser fazer algum tipo de retaliação, sinceramente, quem está perdendo é ele, que vai estar perdendo um parceiro importante, que é o Brasil”.