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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalizou – e comemorou – a decisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro de marcar as eleições presidenciais no país para o dia 28 de julho, e pediu que o mundo dê uma “presunção de inocência” para o processo eleitoral do país.
A declaração foi dada no começo da tarde desta quarta (6) durante o pronunciamento conjunto com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, que está visitando o Brasil. Lula, que é apontado como uma espécie de “avalista” de Maduro perante a comunidade internacional, foi questionado sobre a lisura das eleições presidenciais do país com potenciais candidatos da oposição impedidos de concorrer.
Lula afirmou que não tem como garantir antecipadamente que as eleições serão “honestas” e “democráticas” – embora espere por isso –, mas que recebeu a garantia de Maduro de que vai abrir o processo eleitoral para a observação do mundo.
“Segundo o presidente Maduro me disse na reunião em São Vicente e Granadinas, ele vai convocar todos os olheiros do mundo que quiserem assistir o processo eleitoral na Venezuela”, disse Lula.
Ele afirmou, ainda, que a comunidade internacional “tem todo o interesse em saber se vai ser a mais democrática eleição da Venezuela”, e que “a gente não pode já começar a jogar dúvida antes das eleições acontecerem”. “Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições para que a gente possa julgar se elas foram democráticas”, completou.
Lula aproveitou o ensejo para atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que ele “até hoje não aceita” o resultado da eleição brasileira e que apenas ele, que perdeu três eleições, aceitou “o resultado tranquilamente”.
Luiz Inácio Lula da Silva ainda relembrou que foi impedido de concorrer na eleição presidencial de 2018 por conta das investigações da Operação Lava Jato, que o levaram à prisão.
“Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018, e ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato [Fernando Haddad] que disputou as eleições”, afirmou.
O presidente ainda disse esperar que a imprensa brasileira acompanhe a eleição venezuelana “não com os olhos de condenação prévia, mas com os olhos de investigação para mostrar o que aconteceu lá”.