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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que a reclamação do presidente Lula (PT) sobre a pequena quantidade de pessoas no ato do dia 1º de Maio foi puxão de orelha em centrais sindicais.
Ao discursar no evento, o petista cobrou nominalmente o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, ao dizer que o ato havia sido “mal convocado”.
“Eu falei para o Márcio: ‘Pô, não foi bem convocado [o ato de 1º de Maio em São Paulo].’ Mas, na verdade, falando do Márcio, ele [Lula] puxou a orelha das centrais [...] Pensa assim: Acordei de manhã, vou sair nesse sol escaldante para ir lá no ato. Para ouvir lá um show cultural que, talvez, nem seja do meu gosto. Não é fácil isso. A convocação foi muito em cima da hora”, disse o ministro Luiz Marinho em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira (6).
“E, aparentemente, as bancadas de vereadores, deputados, o movimento de moradia, o movimento social não foram envolvidos adequadamente. Aí, a mobilização vai ser fraca mesmo. Espero que tenham aprendido”, completou Marinho.
O ato organizado por centrais sindicais contou com patrocínio da Lei Rouanet, Petrobras e Sesi e reuniu menos de 2 mil pessoas no estacionamento do estádio do Corinthians, em São Paulo.
Durante o evento, além de reclamar da organização, Lula pediu votos para o pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), em claro descumprimento à lei eleitoral, que só permite esse tipo de declaração a partir do dia 16 de agosto.
Alvo de críticas por conta das declarações de Lula, o governo apagou o vídeo com a transmissão do evento dos canais oficiais nas redes sociais.
Após uma ordem da Justiça Eleitoral motivada por um pedido do partido Novo, Lula também removeu o vídeo da transmissão do seu canal pessoal no Youtube.
Além do partido Novo, os deputados Kim Kataguiri (União), Coronel Meira (PL-PE), Carla Zambelli (PL-SP), o senador Rogéria Marinho (PL-RN) e os diretórios do PSDB e MDB, além do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), denunciaram Lula e Boulos por campanha eleitoral antecipada.
Ao comentar sobre o caso, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), Silmar Fernandes, classificou como “conduta irregular” as declarações do presidente Lula (PT) no evento.