O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer que ministros sejam mais "ativos" entre seu eleitorado para tentar melhorar a percepção que a população tem do governo. Além disso, a gestão petista já estuda estratégias para melhorar a comunicação sobre as ações da atual administração. O pedido foi feito nesta segunda-feira (18) durante a primeira reunião ministerial do ano. O encontro foi marcado após pesquisas revelarem queda na popularidade e na avaliação positiva do governo.
Pesquisa divulgada pela consultoria Genial/Quaest* no início deste mês mostrou índices negativos para Lula. Em agosto de 2023, o índice de desaprovação de Lula era de 35%, de acordo com pesquisa realizada pela mesa consultoria. Dois meses depois, em outubro, a desaprovação subiu sete pontos percentuais e chegou a 42%. No último levantamento, o índice de desaprovação de Lula alcançou 46%.
Diante disso, o ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, afirmou que a comunicação digital do governo vai passar por mudanças. A ideia é que as informações sobre resultados e os projetos cheguem de forma mais "direcionada" na população.
De acordo com Pimenta, a nova estratégia do governo será tentar atingir grupos com informações específicas e que podem ser úteis para eles. "Por exemplo, se eu tenho um projeto que diz respeito às pessoas que estão no CadÚnico e no Farmácia Popular, eu preciso que as informações sobre ele chegue ao grupo que está nestes programas. Hoje eu não consigo pegar essa informação e levar para quem eu quero, então nós vamos fazer isso", informou.
Sobre os pedidos de Lula aos ministros, Rui Costa, da Casa Civil, afirmou que o petista pediu que as pastas trabalhem nas ações já lançadas em vez de anunciar novos programas.
"O presidente pediu que cada ministro e ministra procure revisitar tudo que lançou. Ele não quer ver anunciado novos programas e novas ações, e sim concretizar aquilo que foi lançado. Já tem um portfólio bastante robusto. [Ele também pediu] que a gente procure agregar em indicadores que sejam compreendidos pela população, como os resultados do governo, da economia e da coisas que estamos fazendo", afirmou Costa, em coletiva de imprensa.
Pesquisas sobre Lula "não preocupam", dizem ministros
Questionado pela imprensa, Rui Costa e Paulo Pimenta minimizaram os índices da pesquisa. O discurso oficial é de que os resultados dos levantamentos não geram qualquer "preocupação adicional" ao governo. "Essa percepção [da população sobre o governo] vai acontecer ao longo do ano. Essas oscilações de avaliação são naturais e, portanto, não há nenhuma preocupação adicional, apenas de que todos temos no horizonte que é preciso afunilar e organizar as entregas a partir de agora", disse Costa.
"O presidente Lula tem muito claro que o ano de 2023 era o ano para colocar a casa em ordem, foi o ano do "plantio" [...] Tudo aquilo que foi feito em 2023, as famílias começam a sentir a mudança na sua qualidade de vida, o resultado da política pública, a partir deste ano", completou o ministro da Casa Civil.
Pimenta ainda minimizou a queda na avaliação positiva do trabalho do presidente Lula em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto. "Este é um efeito no mundo inteiro. Olha o [Joe] Biden nos Estados Unidos", argumentou o ministro ao justificar a percepção negativa das pessoas ainda quando há bons números na economia. "Não é um fenômeno só no Brasil, não há como imaginar que percepção das pessoas sobre os governos não girar em torno apenas da economia", ponderou.
Metodologia
*O levantamento foi realizado pelos institutos Genial e Quaest e ouviu, em formato presencial, duas mil pessoas, entre os dias 25 a 27 de fevereiro de 2024. As entrevistas foram feitas em 120 cidades de todas as regiões do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade é de 95%.
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