“Você está com cara de candidato a deputado”, disse Lula para José Dirceu na noite da sexta-feira (14), durante a festa de aniversário de Marta Suplicy, em São Paulo. A fala do presidente foi registrada por colunistas políticos que cobriram o evento e confirmada pelo próprio Dirceu neste sábado (15), no almoço de comemoração aos seus 79 anos.
Desde que voltou a circular abertamente pelo cenário político, no início do ano passado, o ex-ministro da Casa Civil tem feito um jogo de cena com relação à sua candidatura à Câmara em 2026 — ele ainda não garante se concorrerá, embora fontes próximas do petista afirmem que sim.
Mas a anulação de todas as suas condenações no âmbito da Lava Jato - determinada pelo ministro do STF Gilmar Mendes no último mês de outubro -, e agora a sinalização pública de Lula, praticamente confirmam que Dirceu tentará voltar ao Congresso. Em 2005, ele foi cassado devido ao envolvimento no escândalo do Mensalão.
Dirceu, no entanto, afirmou que só vai anunciar sua decisão no final deste ano. “Agora temos de governar o Brasil e apoiar o presidente para sairmos dos problemas que estamos enfrentando no país”, disse para os jornalistas que acompanharam sua feijoada de aniversário, realizada em um galpão do MST no centro da capital paulista.
Feijoada para mil pessoas e críticas a Tarcísio
Anunciado no final de fevereiro, o evento deste sábado foi aberto ao público e teve mil ingressos distribuídos gratuitamente em uma plataforma digital. Segundo assessores de José Dirceu, ele mesmo pagou ao MST R$ 10 por cada prato de feijoada servido no almoço.
A festança, contudo, contou com poucos nomes influentes do Partido dos Trabalhadores. Na verdade, o deputado federal Rui Falcão foi o único dos chamados “petistas históricos” presente.
Por volta das 15h, o aniversariante fez um discurso marcado por críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “O que temos aqui é um esquadrão da morte”, disse, referindo-se à condução de Tarcísio na área da segurança pública.
Segundo Dirceu, o governador não é a alternativa do bolsonarismo para as eleições do ano que vem — e, sim, “o próprio bolsonarismo”. “O Tarcísio acha que vai ganhar em 2026? Vai nada. Nós é que vamos ganhar”, afirmou.
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