Lula receberá brasileiros repatriados em meio a disputa de narrativas sobre mérito do resgate

Pelas redes sociais, o presidente Lula (PT) informou que receberá os brasileiros resgatados da Faixa de Gaza. O anúncio ocorre em meio a disputa sobre o mérito da repatriação.

De um lado, governistas insistem que a operação é resultado da política externa de Lula, enquanto a oposição garante que o resgate só foi possível depois da intermediação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A segunda-feira começa com muito trabalho. Reunião com ministros, cerimônia de sanção do projeto de lei que atualiza a Lei de Cotas e, à noite, vou receber os brasileiros e parentes palestinos que chegam ao Brasil de Gaza. Bom dia e uma ótima semana para todos”, escreveu Lula na rede social X, nesta segunda-feira (13).

Na semana passada, Bolsonaro participou de um encontro do embaixador de Israel, Daniel Zonshine, com parlamentares na Câmara dos Deputados para tratar do tema.

De acordo com o ex-presidente, ele já havia pedido pela liberação dos brasileiros ao assessor do primeiro-ministro israelense, Yossi Shelley.

Um dia depois do encontro do embaixador com os parlamentares, a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, acusou Zonshine de intromissão na política interna brasileira e o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu ao Itamaraty que seja avaliada e requisitada a expulsão do embaixador.

Governistas também acusam Bolsonaro de se aproveitar politicamente da situação e garantem que o resgate dos brasileiros é resultado das tratativas capitaneadas pelo presidente Lula (PT).

O presidente esperava receber os brasileiros no domingo (12), mas o fechamento da fronteira de Gaza com o Egito atrasou a retirada.

Desde o início do conflito, a diplomacia do governo petista tem sido criticada por não classificar o Hamas como grupo terrorista. Além disso, Lula e membros do governo têm tentado equiparar Israel aos terroristas.