O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu, durante a viagem a Portugal neste final de semana, que pode enfrentar dificuldades no Congresso por não ter maioria parlamentar para aprovar os projetos de interesse do governo.
A afirmação foi dada durante uma entrevista à RTP em Lisboa, na noite deste sábado (22), em que disse que a falta de uma base sólida o obriga a ser mais “ousado” e “competente” nas negociações com os parlamentares.
“O fato de você não construir uma maioria parlamentar num país que teve uma disputa eleitoral com quase 30 partidos te obriga a exercitar a democracia com mais ousadia, com mais competência, com mais capacidade de conversar”, disse.
De acordo com ele, os projetos de lei formulados pelo governo são baseados na visão das pessoas que trabalham com o presidente, e os deputados não são obrigados a concordar com aquele pensamento.
“Eles podem querer fazer uma emenda, querer mudar, e aí que entra a arte de conversar, de tentar convencer e de ser convencido, e tentar extrair aquilo que é melhor para o povo brasileiro”, completou.
Negociação com parlamentares
O presidente criticou, ainda, as pessoas que dizem que o presidente não pode flexibilizar ou fazer negociação e ter políticos nos ministérios para conseguir fazer aprovar o que pretende.
“Nós não podemos negar a política. A política é a arte do exercício da democracia, e é muito importante que a gente tenha a capacidade de conversar com os contrários”, afirmou.
Para Lula, ainda, é reconhecível também as dificuldades por conta da polarização política no país, e que isso ocorre não apenas no Brasil, mas “no mundo inteiro”. E, para isso, é que é preciso dialogar e negociar para “diminuir a polarização no país”.
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