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Lula sanciona Dia da Música Gospel em mais uma tentativa de se aproximar dos evangélicos

Lula na sanção do Dia Nacional da Música Gospel no Palácio do Planalto
Lula na sanção do Dia Nacional da Música Gospel no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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Em mais um movimento para se aproximar da comunidade evangélica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (15), o Projeto de Lei 3.090/2023, que institui o “Dia Nacional da Música Gospel”, a ser celebrado anualmente em 9 de junho.

De acordo com o Planalto, a medida busca valorizar a música gospel como uma importante manifestação cultural e religiosa no Brasil, reconhecendo sua contribuição para a identidade musical do país e seu papel no bem-estar emocional e espiritual dos ouvintes.

O evento de sanção contou com a presença de representantes do segmento evangélico e figuras políticas, como o ministro das Relações Instituicionais, Alexandre Padilha, e os deputados Otoni de Paula (MDB-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ).

Além do Dia da Música Gospel, anteriormente Lula já tinha sancionado o “Dia Nacional da Pastora Evangélica e do Pastor Evangélico”, a ser comemorado no segundo domingo de junho. A medida também foi interpretada por analistas políticos tentativa do governo de estreitar laços com o eleitorado evangélico, que representa um setor importante da sociedade brasileira.

No entanto, líderes evangélicos como os deputados Marco Feliciano (PL-SP) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) mostraram-se céticos quanto ao impacto dessas iniciativas. À época, Feliciano declarou que, apesar dos esforços, “a maioria da comunidade evangélica permanece distante das ideologias do Partido dos Trabalhadores (PT).”

Cavalcante também questionou a eficácia da estratégia e afirmou que as sanções de leis religiosas não serão suficientes para garantir o apoio desse eleitorado nas próximas eleições municipais.

Aproximação não refletirá em “grandes medidas”, segundo analistas

A aproximação de Lula com a comunidade evangélica não é um desafio novo e acontece desde a campanha presidencial de 2022. No entanto, Lula tem enfrentado resistência desse grupo, especialmente por divergências em temas considerados sensíveis, como a descriminalização das drogas e o aborto.

O Partido dos Trabalhadores (PT), ciente desse distanciamento, tem feito uma tentativa forçada para conquistar o apoio dos evangélicos. Entre elas, está a campanha publicitária “Fé no Brasil”, buscando suavizar a imagem do Planalto entre os cristãos.

Em agosto, o PT também divulgou uma cartilha para orientar seus candidatos e aliados sobre como abordar o eleitorado evangélico durante as próximas eleições municipais, visando evitar preconceitos que possam prejudicar a relação com esse público.

Em setembro, a cientista política Priscila Lapa, do Sebrae, disse à Gazeta do Povo que o presidente também enfrenta um dilema ao tentar atrair o público evangélico, pois movimentos mais fortes em direção a pautas conservadoras podem gerar desconforto na sua base progressista.

O desafio de Lula, então, é tentar se conectar com esse segmento sem se afastar de seus apoiadores tradicionais, que frequentemente se opõem às mesmas pautas valorizadas pela base evangélica.

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