Assim como no primeiro semestre do governo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que se esforçar para conquistar apoio na Câmara. Para o analista político Cristiano Noronha, da Arko Advice, a mini reforma ministerial e a distribuição de cargos ocorrida para o Centrão após a aprovação da reforma tributária na Câmara não serão serão suficientes para garantir vitórias para o governo.
Lula vem fazendo um esforço para atender demandas principalmente do PP, do Republicanos e do União Brasil.
“Nem mesmo Bolsonaro aprovava tudo que queria. Lula não vai conseguir mesmo abrindo espaço para esses partidos. Continuo achando que determinados temas continuarão enfrentando resistências, principalmente aqueles de maior viés ideológico”, afirmou Noronha.
Leonardo Barreto, analista da consultoria política Vector Research acredita que o governo conseguiu avançar nas negociações no primeiro semestre, e agora com a maior disposição do governo em acomodar os partidos vai poder testar o apoio. “Tem agendas que são tabu, como o projeto das Fake News. Acho que o governo não vai conseguir ainda, tem temas que vão continuar como tabus mesmo com distribuição de cargos. Ele deve escolher segmentos que vai atender e definir com cuidado pautas que vai colocar para testar essa base, e se vai receber o que comprou”, diz ele.
A polêmica em torno da regulação das redes e a censura também promete dar o que falar nos próximos meses. O governo bem que tentou emplacar o projeto de lei 2630/20, também conhecido como PL das Fake News. Mas esse é só o nome dado pelos governistas para mascarar a ideia de diminuir as liberdades no país. O projeto é chamado pela oposição de Projeto de Lei da Censura, por considerar que a regulação, como está no texto, significaria o fim da liberdade de expressão. O projeto prevê uma série de medidas e responsabilidades, principalmente para as big techs, as grandes empresas de tecnologia responsáveis pelas mídias sociais dominantes. No início do ano o texto do relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), chegou a ter a urgência votada, mas as controvérsias acabaram adiando a discussão.
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