O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (22), em Roma, que enviará o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, a Copenhague para se reunir com outros países em busca de uma solução para a guerra na Ucrânia, e reiterou sua posição de que a paz não será alcançada se Moscou e Kiev não cederem e se sentarem para conversar.
Esta reunião não foi anunciada oficialmente mas, segundo o jornal Financial Times, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, se reunirá em Copenhague com representantes de países considerados "neutros", como Brasil, Índia e África do Sul, para procurar soluções para a guerra.
Em entrevista coletiva ao final de suas visitas à Itália e ao Vaticano, Lula explicou que em seus encontros em Roma e com o papa Francisco havia falado muito sobre a guerra na Ucrânia e a necessidade das partes se sentarem à mesa de negociações.
"Não sabemos o que se passa na cabeça deles, mas ambos (referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin, e ao ucraniano, Volodymyr Zelensky) pensam que querem vencer, e enquanto as pessoas estão morrendo", declarou Lula.
O presidente enfatizou que o Brasil sempre condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas ressaltou que agora é preciso “escolher pessoas com autoridade para encontrar uma saída”.
“Não podemos esperar pelo Natal, o inverno, o carnaval...", completou, para em seguida lamentar que "está na moda os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU invadirem outros" países.
Nesse sentido, opinou que "chegou o momento de renovar o Conselho de Segurança", onde se sentam os Estados Unidos, “que invadiram o Iraque", e que "é necessário que entrem países como Índia, México ou Japão”.
Paz sem rendição
Sobre um eventual acordo de paz, Lula frisou que "não pode ser uma rendição de ninguém" e também não pode ser um acordo "em que um ganha 50% e o outro 20%" porque "não pode ser uma imposição".
"Só eles sabem o que é necessário", argumentou, reiterando seu apelo para que parem de lançar bombas e se sentem para conversar.
Sobre Francisco, com quem teve um afetuoso encontro na quarta-feira, declarou que não hesita em afirmar que "hoje o papa é a maior autoridade política da Terra" e "não só pelo que representa, mas pela sua posição e por causa do que ele diz".
“Ninguém mais aceita a nova guerra fria que Estados Unidos e China travam. Ninguém mais quer guerra. Falei muito sobre a guerra e concordo com o papa que tem que ter gente discutindo a paz”, afirmou Lula, insistindo que não é justo gastar bilhões em guerra quando há 800 milhões de pessoas passando fome.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF