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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve receber, no próximo dia 25, uma carta assinada pela Associação dos Ucranianos em Portugal em que demonstra indignação sobre as declarações de que a invasão russa ao país teria uma responsabilidade compartilhada.
A afirmação foi dada pelo representante da entidade, Pavlo Sadokha, nesta segunda (17) à agência de notícias Lusa. De acordo com ele, há ainda a possibilidade de uma manifestação contra Lula durante a visita oficial ao país, marcada para os dias 21 a 25 de abril.
“Não concordamos com o que Lula disse. Esperamos que o Presidente Marcelo [Rebelo de Sousa] e o primeiro-ministro, Antônio Costa, tentem mudar esta posição”, disse Sadokha à agência.
A afirmação de protesto vem dias depois de Lula dizer que os Estados Unidos e a União Europeia são responsáveis por “encorajar a guerra”, e que deveriam começar a “falar de paz”. A declaração não repercutiu bem entre as nações e levou a uma crítica do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, John Kirby.
De acordo com ele, a fala de Lula foi “profundamente problemática” e que o Brasil “está repetindo a propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos”.
Apoio a regimes totalitários
Para Pavlo Sadokha, a declaração de Lula demonstra um claro “apoio” a regimes totalitários, como a Rússia e a China, e diz que políticos portugueses têm ajudado a Ucrânia no conflito e que podem explicar ao presidente brasileiro o que está realmente acontecendo no território ucraniano.
“Esperamos que isso vai acontecer”, disse Sadokha acrescentando que a declaração de Lula de que a Ucrânia poderia ceder a Crimeia ou outros territórios “à custa da paz não é solução nem para ucranianos nem para os países europeus. A Rússia não começou esta guerra para ocupar alguns territórios”, completou.
O presidente da associação afirmou, ainda, que os ucranianos em Portugal esperavam “mais apoio” do Brasil, onde há “uma enorme comunidade” de cidadãos da Ucrânia.
