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Lula usa pronunciamento do 7 de Setembro para alfinetar Musk: “Nossa soberania não está à venda”

Lula usa pronunciamento do 7 de Setembro para alfinetar Musk
Lula disse que o Brasil não tolera quem desafia a legislação nacional “tenha a fortuna que tiver” (Foto: EFE/André Borges.)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o pronunciamento em rádio e TV em alusão ao 7 de Setembro, nesta sexta-feira (6), para criticar o bilionário Elon Musk, dono do X e da Starlink. Sem citar o empresário diretamente, o chefe do Executivo disse que o Brasil não tolera quem desafia a legislação nacional “tenha a fortuna que tiver”.

“Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda”, disse o petista.

O X foi suspenso pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) após descumprir ordens judiciais e não indicar um representante legal no país. Já a Starlink teve as contas bancárias e outros ativos bloqueados para garantir o pagamento de multas impostas à plataforma, que somam R$ 18,3 milhões.

Durante o discurso, Lula defendeu a democracia e lembrou dos atos de 8 de janeiro de 2023. “Nenhum país é de fato independente sem o exercício pleno da democracia”, afirmou O mandatário ressaltou que a democracia “não é um pacto de silêncio”, mas sim um “debate entre as opiniões divergentes que compõem a sociedade”.

“Não é o direito de mentir, espalhar o ódio e atentar contra a vontade do povo. Em momentos decisivos da história, a defesa da democracia é capaz de unir adversários de longa data. Foi assim na construção da aliança para garantir a governabilidade do país, após as eleições de 2022”, disse o presidente.

“Foi assim no 8 de janeiro de 2023, quando democratas de quase todos os partidos se uniram para derrotar a tentativa de golpe. Daquele dia em diante, deixamos bem claro ao mundo que o Brasil é um país onde a paz e a liberdade imperam, mas não é um território sem lei e sem ordem”, acrescentou.

Lula defendeu ações do governo como “a retirada de 24,5 milhões de pessoas” da fome, a criação de 3 milhões de empregos com carteira assinada, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entre outros.

Leia o pronunciamento de 7 de Setembro feito por Lula

“Amanhã é dia de comemorarmos a independência do Brasil. E é também um bom momento para celebrarmos a democracia. Nenhum país é de fato independente sem o exercício pleno da democracia.

A democracia é mais do que votar no dia da eleição. É lutar pela conquista de direitos. O direito de fazer três refeições por dia, morar com dignidade, ter um bom emprego, salário justo, segurança para cuidar da família e conquistar um futuro melhor para nossos filhos.

Democracia não é um pacto de silêncio. É o debate entre as opiniões divergentes que compõem a sociedade. Democracia é o diálogo, é a convivência civilizada entre opostos. É o respeito à vontade do povo expressa livremente nas urnas.

Não é o direito de mentir, espalhar o ódio e atentar contra a vontade do povo. Em momentos decisivos da história, a defesa da democracia é capaz de unir adversários de longa data. Foi assim na construção da aliança para garantir a governabilidade do país, após as eleições de 2022.

Foi assim no 8 de janeiro de 2023, quando democratas de quase todos os partidos se uniram para derrotar a tentativa de golpe. Daquele dia em diante, deixamos bem claro ao mundo que o Brasil é um país onde a paz e a liberdade imperam, mas não é um território sem lei e sem ordem.

A vitória da democracia permitiu que trouxéssemos de volta as políticas de inclusão social que retiraram milhões de pessoas da pobreza. Permitiu que tivéssemos, de novo, uma política externa ativa e altiva, à altura da grandeza do Brasil. Que a saúde e a educação voltassem a ser prioridade.

Que a ciência derrotasse o negacionismo. E que o combate a todas as formas de desigualdade voltassem à ordem do dia. Permitiu a convivência harmoniosa entre Executivo, Legislativo e Judiciário. E, também, que firmássemos parceria entre o governo federal, governadores e prefeitos, independentemente do partido político de cada um.

Foi assim na seleção das obras prioritárias do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, para cada estado e cada município. Foi assim no socorro imediato às vítimas das calamidades, a exemplo das enchentes do Rio Grande do Sul, e agora também das queimadas no Pantanal e na Amazônia.

E será assim também na criação de uma Política Nacional de Segurança Pública, em diálogo com os 27 governadores. Juntos, vamos derrotar o crime organizado. Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira.

Nossa soberania não está à venda. Nenhum país do mundo é de fato independente quando seu povo perde a esperança. Por isso, comemoramos a volta da capacidade de sonhar da nossa juventude, graças à geração de oportunidades para todos e todas.

Por isso, comemoramos a retirada de 24,5 milhões de pessoas do pesadelo da fome. Por isso, comemoramos a criação recorde de cerca de 3 milhões de empregos com carteira assinada. É a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos. E o crescimento da economia.

Por isso, comemoramos o aumento do poder de compra e a melhoria da qualidade de vida da nossa população. Temos muitos desafios pela frente, mas estamos no rumo certo. É o começo de uma caminhada para um Brasil melhor para toda a família brasileira. Viva a independência do Brasil. Viva a democracia”.

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