O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra com Emmanuel Macron, presidente da França, e com Ursula Von der Leyen, presidente da União Europeia, nesta semana. Os encontros acontecem à margem da Cúpula do G7, na Itália, e em meio a um cenário de mudança política na Europa. Votações no Parlamento Europeu neste final de semana indicam um avanço dos partidos de direita entre os países do bloco.
Conforme informou o Palácio do Itamaraty nesta segunda-feira (10), os encontros bilaterais com o mandatário brasileiro foram solicitados por Macron e Von der Leyen. O petista manteve impasse com as duas figuras nos últimos meses devido à negociação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Apesar da aproximação ideológica entre Lula e Macron, o presidente francês foi um ferrenho opositor do acordo.
Os encontros acontecem em um cenário de mudança política na União Europeia. Os países que formam o Parlamento Europeu passam por eleições para eleger seus novos representantes na UE para os próximos cinco anos e as pesquisas sobre as votações deste final de semana preocuparam líderes progressistas, sobretudo na França e na Alemanha. Neste domingo (9), o partido de Macron foi superado pela legenda de direita de Marinne Le Pen, o que fez Macron dissolver a Assembleia Nacional e antecipar para este mês eleições legislativas que ocorreriam apenas em 2027.
Na Alemanha, a projeção inicial fornecida pela União Europeia sobre as eleições indicou cenário parecido com o observado na França. O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) teria conquistado seis assentos a mais do que os nove que já tinha e se tornou a segunda força na Alemanha, com 15,9% dos votos, atrás apenas dos democratas-cristãos e superando o social-democrata do chanceler Olaf Scholz.
Lula cumpre agenda na Europa e tentará encontro com Papa Francisco
O presidente Lula retoma nesta semana as agendas internacionais, com viagem à Suíça e para a Itália. No dia 13, o brasileiro desembarca na cidade suíça Genebra, onde participa de reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nos dias 14 e 15, o petista cumpre agendas na cidade de Borgo Egnazia, na Itália, onde participa da Cúpula de Líderes do G7 (bloco formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) como líder convidado.
No G7, os países-membros do bloco discutem entre diversos temas o avanço da Inteligência Artificial e a transição energética. O encontro também deve ser permeado por discussões sobre as mudanças políticas na União Europeia e as guerras em curso no mundo na Europa e no Oriente Médio — o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também participa da cúpula como presidente convidado.
Além de Macron e Ursula Von der Leyen, Lula também tem encontros bilaterais com o presidente da Índia, Narendra Modi, e com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
O Itamaraty também informou que o presidente Lula solicitou um encontro com o Papa, que estará na Itália para o encontro do G7.
A pasta não revelou os detalhes e nem a razão para o petista solicitar uma bilateral com o pontífice, mas temas como a taxação de super ricos e da Aliança Global Contra a Fome, iniciativa que o Brasil tem orquestrado, devem entrar na discussão. A tributação de grandes fortunas foi tema do encontro que o ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad, teve na última semana com o Papa na visita que fez ao Vaticano.
Com direito a cinco minutos para um discurso durante sua participação na Cúpula do G7, os dois temas devem ser abordados por Lula. O petista tem a expectativa que os países membros do bloco e os demais convidados, possam aderir à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que o Brasil tem criado no âmbito do G20, bloco que o país preside neste ano.
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