O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja ao México neste domingo (29) para se encontrar com o então presidente do país, López Obrador, e assistir à posse da presidente eleita, Claudia Sheinbaum. No país, o brasileiro tratará de temas da agenda bilateral mas também sobre a crise política na Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta semana que não há uma reunião específica ou tópicos dedicados exclusivamente à Venezuela. No entanto, o assunto deve surgir naturalmente nas discussões, já que, segundo a pasta, "Brasil e México compartilham a visão de que é importante manter os canais de diálogo abertos para, eventualmente, buscar uma solução".
"Não está previsto nada específico, mas é um tema que está na agenda [de Lula e Obrador] e é natural que eles [tratem sobre isso]. Inclusive porque os países estão [alinhados] em tentar manter a interlocução e de tentar alguma inciativa que não ocorreu completamente", informou Gisela Maria Figueiredo Padovan, embaixadora e secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty.
Após as eleições presidenciais fraudulentas que reelegeram o ditador Nicolás Maduro, Brasil, Colômbia e México se reuniram para tentar negociar uma solução para crise política que se instaurou no país. Obrador, contudo, abandou as negociações em trio. Os presidentes Lula e Gustavo Preto (Colômbia) permanecem em busca de manter o diálogo com o regime chavista.
O Itamaraty não especificou se Lula pretende tentar reinserir o México nos esforços para encontrar uma solução para Caracas, mas ressaltou que a diplomacia brasileira vê com bons olhos a colaboração conjunta com outros países em busca de uma alternativa.
"Claro que o Brasil considera que quanto mais países [...] isso te dá mais alavancagem para mostrar que é uma questão de âmbito regional. Então, obviamente, que haverá conversas [sobre isso]. Não sei tom, mas o Brasil gostaria de estar junto com seus grandes parceiros da America Latina em um tema da região", informou Padovan.
As eleições presidenciais na Venezuela ocorreram no dia 28 de julho e foram marcadas por uma série de fraudes. Após o fim das votações, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou a reeleições de Nicolás Maduro sem a devida comprovação. Desde então, a oposição no país contesta os resultados.
A situação causou uma crise política no país e milhares de venezuelanos, inclusive candidatos da oposição, deram início a uma série de protestos. Em resposta às manifestações, o regime de Maduro ordenou prisões e pessoas foram mortas em meio à opressão da polícia venezuelana.
O Brasil, ao lado de México e Colômbia, não reconhecerem a reeleição de Maduro e condicionaram um posicionamento oficial desses países à divulgação das atas eleitorais que possam comprovar ou não a reeleição do autocrata.
Agenda no México
Lula chega ao México no domingo (29) e na segunda-feira (30), cumpre agendas no país. Além de um encontro com López Obrador, o petista também se reúne com a presidente eleita, Claudia Sheinbaum. O Itamaraty não detalhou, mas o brasileiro também deve se reunir com outros presidentes latino-americanos que estão no México para assistir à posse de Sheinbaum.
Ainda na segunda, o mandatário participa de um Fórum Empresarial com companhias brasileiras e mexicanas, e fecha o dia com um jantar oferecido a Obrador para chefes de Estado convidados. Na terça-feira (1º), o petista assiste à cerimônia de posse de Claudia Sheinbaum e retorna para o Brasil durante a noite.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF