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Cristiano Zanin foi o advogado de Lula na Operação na Lava Jato
Cristiano Zanin foi o advogado de Lula na Operação na Lava Jato| Foto: Ricardo Stuckert/PT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende usar as mais de 20 horas da viagem do Brasil até a China para tentar pavimentar o nome do seu indicado para vaga do ministro Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF), que se aposenta na próxima terça-feira (11). O principal cotado para a cadeira é o advogado Cristiano Zanin, que atuou nos processos do petista dentro da Lava Jato. 

Integrantes do Palácio do Planalto admitem que Lula pretende bater o martelo sobre a indicação logo após o seu retorno ao Brasil, previsto para ocorrer em 17 de abril. Com isso, Lula busca mensurar junto aos integrantes da sua comitiva o cenário para a aprovação de Zanin dentro do Senado Federal.

Além do presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Lula vai contar com a presença de pelo menos outros sete senadores de partidos como PT, PSD e MDB. Aliados do petista avaliam que não há previsão de resistência ao nome de Zanin no Senado, mas o presidente considera que é importante ter um aval de Pacheco e de demais lideranças da Casa antes de oficializar a escolha.

Após ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o indicado de Lula vai precisar reunir ao menos 41 dos 81 votos no plenário do Senado. Presidente da CCJ, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), já sinalizou ao Planalto que não pretende travar a indicação no colegiado. Em 2021, o senador segurou a indicação do ministro André Mendonça por cerca de quatro meses diante de um embate com o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Caso seja aprovado para a Corte, um dos processos que poderão ser analisados por Zanin é o que diz respeito a uma denúncia contra o ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR), feita pelo advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato. Em depoimento ao juiz federal Eduardo Appio, que conduz os processos remanescentes da Operação Lava Jato em Curitiba, Tacla Duran disse ter recebido pedido de pagamento de propina para ajudar em uma negociação de delação premiada. Appio enviou o processo para o STF.

Moro nega as acusações e afirmou que "não teme qualquer investigação, mas lamenta o uso político de calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade". Sobre a possibilidade de Zanin ser indicado para o STF, o senador paranaense usou as redes sociais para questionar a ausência de "impessoalidade" na escolha de Lula.

Lula vai tentar ampliar base de aliados da Câmara durante voo para a China 

Além de tentar pavimentar a indicação de Zanin com os senadores, Lula pretende usar o tempo de voo até a China para ampliar sua base na Câmara dos Deputados. Além do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o petista convidou ao menos 30 deputados para a comitiva. Lira, no entanto, ainda não confirmou sua presença na viagem.

A lista de convidados pelo Planalto conta com nomes de diversos partidos, como PP, Podemos, Republicanos, MDB, PSD e outros. Entre os convidados está o líder do bloco formado pelo PSD, MDB, Republicanos, Podemos e PSC, o deputado Fábio Macedo (Podemos-MA).

O bloco é, até o momento, o maior da Câmara e reúne 142 deputados. Apontado como um nome aliado do Planalto, Macedo vai buscar unificar o bloco nas votações de interesse de Lula na Casa.

A expectativa é de que cerca de 70% dos parlamentares do bloco partidário componha a base governista. Macedo tenta ainda a federação formada por PSDB e Cidadania, partidos que somam 18 deputados. O acordo, contudo, ainda não foi firmado.

“Este bloco parlamentar está unido em torno de bandeiras programáticas, entre elas a independência do parlamento, a despolarização política, a busca por consensos, a defesa da democracia e o desenvolvimento do Brasil", defendeu o líder do bloco.

Integrantes do Palácio do Planalto admitem que Lula vai aproveitar a presença dos parlamentares na viagem à China para reforçar os laços com a Câmara. O petista já indicou aos seus aliados que o governo vai precisar ser mais "flexível" com os deputados, pois siglas como o União Brasil e o PSD não estão dando sustentação ao governo.

Segundo o ofício assinado pelo ministro de Ralações Institucionais, Alexandre Padilha, as despesas com o deslocamento dos políticos listados, que deve ocorrer em avião da Força Aérea Brasileira, serão custeadas pelo Congresso Nacional. Já as diárias do hotel, diz o documento, ficarão a cargo de cada parlamentar.

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