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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta (11), que o Brasil seguirá recebendo a todas as pessoas que estão fugindo do regime do ditador Nicolás Maduro e que não passarão necessidades como passavam na Venezuela.
A afirmação ocorre em meio à escalada de tensão de Maduro sobre a oposição e que fez o candidato oposicionista Edmundo González se asilar na Espanha após uma negociação com o governo chavista para um salvo conduto. No entanto, o agravamento da situação no país fez aumentar o fluxo de imigrantes cruzando a fronteira em Roraima para o Brasil.
“O ministro [Mauro Vieira] está com orientação e determinação minha para que tratemos com muito respeito as pessoas que estão vindo com necessidade de sobrevivência. [...] E o governo federal tem a obrigação de ajudar Roraima a cuidar dessa gente, não queremos que passem mais necessidade do que passavam na Venezuela”, disse Lula em entrevista à rádio Norte FM, do Amazonas.
Lula disse, ainda, esperar que o país “volte à normalidade para que essa gente possa voltar para a Venezuela o mais rápido possível”.
A crise política na Venezuela afeta não apenas a população do país, mas também as outras nações próximas, que se tornaram destino de milhares de cidadãos em busca de melhores condições de vida. Fontes relataram à Gazeta do Povo a preocupação com o aumento de migrantes após a alegada reeleição de Maduro sem apresentar provas – o que força os serviços públicos principalmente próximos à fronteira.
O presidente afirmou que fará uma visita a Boa Vista, capital de Roraima, em breve junto de uma comitiva de ministros para conversar com o governador Antônio Denarium (PP-RR) para verificar a situação e as necessidade para o recebimento dos migrantes. No entanto, não deu uma previsão de quando a viagem será realizada.
Lula, no entanto, evitou comentar a saída de González da Venezuela e o agravamento da situação, que teve ainda a revogação da autorização para o Brasil fazer a custódia da embaixada da Argentina, no último final de semana, onde há seis oposicionistas abrigados. O cerco se encerrou no domingo (8) após o candidato oposicionista ser levado para a Espanha.