O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá a Montevidéu, no Uruguai, na próxima quinta-feira (5), para participar da 65ª Cúpula do Mercosul. Um dos objetivos do presidente ao participar do encontro seria impulsionar a assinatura do acordo Mercosul – União Europeia, no intuito da redução mútua de tarifas comerciais, entre outras medidas.
A expectativa do Planalto era de que houvesse avanços nas negociações do acordo durante a Reunião de Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeio, entre 18 e 19 de novembro. No entanto, apesar da evolução do diálogo com o Parlamento Europeu, em reunião com a presidente, Ursula von der Leyen, a França se manteve resistente ao acordo.
No início de novembro, o diretor-financeiro e vice-presidente global da Danone, Juergen Esser havia afirmado à Reuters que a empresa não compraria mais soja brasileira por questões de sustentabilidade. Após a Cúpula do G20, em 26 de novembro, o impasse ganhou ainda mais relevo quando o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, criticou a qualidade da carne brasileira.
Mesmo diante dos pedidos de desculpas de ambas as empresas, ambas os casos, entre outras manifestações de empresários e parlamentares franceses, não deixam de ecoar a resistência de setores do agronegócio europeu, principalmente na França, aos produtos brasileiros e do Mercosul.
Na 4ª feira (27.nov), durante evento da Confederação Nacional da Indústria em Brasília, Lula afirmou que, apesar das críticas francesas, iria fechar o acordo no qual trabalha há 22 anos. Na ocasião, o presidente afirmou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “tem procuração para assinar o acordo”, que ele pretende fechar ainda este ano.
Para que isso ocorra, além de um consenso entre os países do Mercosul, é necessário que o Parlamento Europeu aprove a proposta. No bloco sul-americano, composto por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela (que está suspensa), a expectativa é de que se avance para a conclusão de um texto final.
O presidente da Argentina, Javier Milei, já confirmou que irá participar da Cúpula do Mercosul e que promoverá o acordo com a União Europeia. “Tudo o que envolve acordos comerciais nós sempre vamos concordar, seja a União Europeia-Mercosul ou um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos”, disse o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, também na quarta-feira (27).
Além do acordo comercial com a União Europeia, também estão na pauta da Cúpula do Mercosul projetos de cooperação para a integração regional e o balanço dos avanços da presidência do Uruguai no último ano.
Na sexta-feira (29), Lula se reuniu no palácio do Planalto com o presidente eleito do Uruguai, o esquerdista Yamandú Orsi. Na ocasião, eles trataram do acordo Mercosul-UE. “Analisamos e conversamos sobre as dificuldades que historicamente temos tido [na busca pelo acordo]”, afirmou o uruguaio a jornalistas na saída do encontro.
Esta será a primeira viagem internacional que Lula fará após a queda sofrida em 20 de outubro deste ano. Em razão do acidente doméstico, o mandatário deixou de participar Cúpula dos BRICS, realizada na Rússia, naquela mesma semana.
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