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Cultura

Lula volta a pregar a regulação da mídia e defende Lei Rouanet

Lula disse ser favorável a obrigatoriedade do cumprimento de uma carga horária semanal para a divulgação de artistas locais nos veículos regionais. (Foto: Ricardo Stuckert)

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O ex-presidente Lula voltou a defender a regulação da mídia na quinta-feira (2), durante encontro com representantes do setor cultural em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o petista defendeu também a Lei Rouanet e afirmou que pretende recriar o Ministério da Cultura caso seja reeleito. Lula disse ser favorável a obrigatoriedade do cumprimento de uma carga horária semanal para a divulgação de artistas locais nos veículos regionais e declarou que é necessário debater o assunto.

“O Vale do Jequitinhonha (MG) tem um artesanato exuberante. Tem uma música exuberante. Tem cantores extraordinários, sabe, e que não aparecem em lugar nenhum. Não aparece porque, você vê que toda vez que a gente fala em regular os meios de comunicação, fica uma indústria de meteoros contra a gente”, reclamou o ex-presidente.

“Se cada estado fizer a televisão pelo menos com a obrigação de ter quatro horas de produção estadual, não apenas aquela meia hora do noticiário, meia hora de manhã, meia hora à noite, meia hora à tarde. Não. Cadê o espaço para a cultura gaúcha na televisão gaúcha? Cadê o espaço para a música gaúcha? Por que não tem uma televisão para transmitir o carnaval gaúcho na televisão daqui? Por que não tem? Por que é só o carnaval do Rio ou de São Paulo? Que predominância é essa? Onde está a licitação? Quem foi que abriu os envelopes? Não, é um direito de quem tem o poder econômico na mão. É um direito de quem tem o controle da estação de televisão”, disse Lula. “Então nós vamos tentar. É preciso fazer muito debate. Eu estou falando isso e amanhã vocês vão ver na internet uma carga de porrada que eu vou tomar. Uma carga. Mas acho que alguém tem que falar”, declarou o petista.

Lula afirmou ainda que, caso seja reeleito, pretende recriar o Ministério da Cultura e defendeu o uso de recursos da Lei Rouanet, afirmando que essa é uma obrigação do governo, e que seu objetivo é criar comitês culturais em cada estado do país para, segundo ele, democratizar o acesso à cultura para não depender apenas do eixo Rio-São Paulo. “A questão cultural é uma necessidade política, econômica, cultural e uma questão de democracia do nosso país. Vocês (os artistas) não podem ser vistos como pessoas que, de vez em quando, vão procurar a Lei Rouanet. Isso não é favor, é obrigação do Estado brasileiro garantir que as pessoas tenham acesso à cultura”, disse.

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