Após viagem pela Europa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao Brasil neste sábado (24). Segundo a agenda oficial do Planalto, o chefe do Executivo pousou na Base Aérea de Brasília às 17h40. O acordo entre a União Europeia e o Mercosul foi um dos principais assuntos tratados na França.
O acordo para criar uma área de livre comércio entre os dois blocos foi concluído em 2019, mas o texto ainda não foi ratificado nem pelos parlamentos europeus, nem pelos presidentes da UE.
Em coletiva de imprensa, o petista disse que o ponto "mais importante" da sua visita foi o que discutiu com Macron sobre o acordo UE-Mercosul. O chefe de estado francês tem que se mostrado relutante em finalizar o acordo por motivos protecionistas e ambientais.
"Nós precisamos do acordo com a UE, e a UE também precisa, pois não pode ficar como se fosse uma fatia de mortadela entre os Estados Unidos e a China", defendeu Lula em um hotel parisiense, durante a entrevista coletiva sobre o balanço da visita europeia iniciada na terça-feira passada (19).
O parlamento francês argumenta que o texto, caso aprovado nesta versão, trará impactos ambientais e de concorrência em relação aos produtos agrícolas brasileiros. Os franceses também questionam o uso de agrotóxicos no Brasil que são proibidos na Europa e a discrepância entre direitos trabalhistas dos dois blocos.
“Da mesma forma que ele [Macron] tem que resguardar os interesses agrícolas dele, nós temos que resguardar os interesses das nossas pequenas e médias empresas”, disse Lula. Ele também afirmou que o Brasil não pode abrir mão das compras governamentais, condição que gera atritos com a França.
Na sexta-feira (23), Lula voltou a declarar que “os acordos comerciais têm de ser mais justos” e criticou o adendo de exigências feito pelos europeus. “Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo”, expôs Lula. “Não é possível que nós tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo uma ameaça a um parceiro estratégico. Como a gente vai resolver isso?”, questionou.
Neste sábado, o petista disse que a resposta dos países do Mercosul à carta adicional da União Europeia deve ser feita até o final de 2023. “Espero que tenhamos capacidade e sabedoria de fazer avançar esse assunto porque é importante para a União Europeia, é importante para o Mercosul e é importante para o encontro que vai ter agora em julho”.
Em quatro dias, o mandatário brasileiro se encontrou com o papa Francisco, com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, participou em uma cúpula em Paris a favor de um novo pacto financeiro global e teve diversos encontros bilaterais, incluindo com o presidente francês, Emmanuel Macron.
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