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Um dia após ter se encontrado com o presidente de Israel, Isaac Herzog, nos bastidores da COP28, a conferência mundial sobre o clima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou, pela segunda vez, a ação militar de Israel na Faixa de Gaza como "genocídio".
Lula abriu seu discurso em evento do G77+China sobre Mudança do Clima em Dubai falando sobre as guerras entre Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas, no Oriente Médio, que classificou como "insana".
"Não posso deixar de usar esse momento para falar de paz. Estamos discutindo a questão do clima. Mas, enquanto estamos discutindo a questão ambiental, temos guerra entre Rússia e Ucrânia, e uma guerra insana entre Israel e os palestinos, sobretudo na Faixa de Gaza" disse Lula. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza não é guerra, é praticamente um genocídio".
Em outubro, Lula havia condenado Israel pela a morte de crianças no conflito fazendo a mesma afirmação, engrossando as críticas da comunidade internacional a Israel por bombardear áreas densamente povoadas e alvos civis. Israel alega que o Hamas utiliza escolas e hospitais como centro de operações do grupo terrorista.
Lula pede sensatez para "salvar o planeta"
Em seu discurso, Lula argumentou que "fica muito mais barato sentar em uma mesa de negociação e encontrar uma solução pacífica" do que recorrer às armas. "Eu estou incomodado ao começar a minha fala e não poderia deixar de pedir aos que estão em guerra que parem de se matar. Sentem em uma mesa de negociação e vamos salvar vidas ao invés de destruí-las", afirmou.
"Não é possível que as pessoas não se deem conta de que a guerra nos tempos modernos não leva a nada, a não ser a destruição de vidas, de casas, de prédios, de ferrovias e rodovias", afirmou.
"Eu penso que, daqui do G77, era importante que a gente fizesse o chamamento àqueles que estão em guerra de que é hora de parar, hora de conversar, hora de a sensatez tomar conta da alma humana para que a gente possa acreditar que estamos tentando salvar o planeta não pra destruir com guerra, mas para que a gente viva em paz".
Lula voltou a falar da alteração do Conselho de Segurança da entidade - antiga reivindicação do Brasil, pedindo que os países integrantes fizessem "um chamamento" ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterrez, para maior empenho num acordo de paz.
"Ou colocamos mais países participando da ONU ou a irresponsabilidade vai prevalecer sobre a sensatez daqueles que brigam por paz", afirmou. Uma proposta brasileira de resolução por um cessar-fogo em Gaza foi aprovada por 12 dos 15 países do colegiado em outubro, mas vetada pelos Estados Unidos.