O Mercosul vai apresentar em setembro a sua contraproposta à União Europeia (UE) nas negociações para a conclusão de um acordo comercial. A resposta do bloco sul-americano será apresentada até 17 de setembro. A informação foi dada pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em entrevista coletiva após uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, nesta terça-feira (29).
A contraproposta do Mercosul será a resposta a uma espécie de side letter, com uma série de novas imposições e exigências para que o acordo possa ser fechado, que foi feita pelos europeus. As negociações entre os blocos já duram duas décadas.
De acordo com o deputado, a contraproposta do Mercosul incluirá metas "que são possíveis de cumprir", em contraste com os novos requisitos ambientais da UE, que "simplesmente inviabilizam a produção de alimentos no Brasil".
Lupion afirmou também que o atraso na apresentação da proposta do Mercosul se deve à mudança de governo no Paraguai, onde Santiago Peña assumiu a presidência em 15 de agosto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também tem se mostrado crítico em relação ao novo protocolo ambiental europeu, o qual já descreveu como inaceitável e uma ameaça para a agricultura dos países sul-americanos.
Acordo
Em negociação há mais de 20 anos, o acordo de livre comércio entre o Mercosul-União Europeia está travado devido às novas exigências feitas pelo bloco europeu. Antes deste entrave, contudo, alguns países já haviam se oposto à ratificação do tratado que pode se tornar a maior negociação entre blocos do mundo, movimentando mais de R$ 600 bilhões.
Os dois blocos negociam um acordo de livre comércio desde 1999, mas somente em 2019, sob gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um texto finalmente foi elaborado. O documento prevê uma série de tratativas que envolvem facilitações comerciais entre os blocos e reduções tarifárias de importação e exportação. Porém, o documento não agradou a todos.
Para que seja ratificado e finalmente colocado em prática, é preciso que os quatro países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e os 27 da União Europeia aprovem os temas acordados. Enquanto o bloco sul-americano tem se mostrado um entusiasta das negociações, alguns países europeus não querem fechar o acordo.
Segundo o levantamento feito pela Gazeta do Povo, sete países da União Europeia já se manifestaram contra o acordo com o Mercosul. São eles: Áustria, Bélgica, França, Irlanda, Luxemburgo, Holanda e Polônia. As justificativas para não concordarem com o tratado variam entre proteção a agricultores locais, preocupações ambientais e sanitárias.
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