Os deputados federais Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-MG) encaminharam ofícios à embaixada dos Estados Unidos no Brasil, nesta segunda (29), contra a visita do ditador venezuelano Nicolás Maduro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao mesmo tempo, movimentos sociais como o Brasil Livre (MBL) e Advogados de Direita Brasil repudiaram a presença do líder no país.
Os parlamentares alegam à embaixadora Elizabeth Frawley Bagley que Maduro é um “criminoso responsável pelo êxodo de milhões de refugiados venezuelanos em toda a América Latina, principalmente no Brasil” e que tem contra ele um mandado de busca pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
“Informo que o criminoso se encontra em território brasileiro, sendo recebido pelo Presidente da República do Brasil”, disse Marcelo Álvaro Antônio. Tom semelhante foi usado por Gustavo Gayer no ofício à embaixada americana, de que Maduro é “procurado por autoridades norte-americanas, acusado pelo Procurador-Geral dos Estados Unidos, William Barr, dos crimes de narcotráfico, terrorismo internacional e corrupção”.
O deputado Zé Trovão (PL-SC) emendou, e disse que " aguardo a resposta da embaixada Americana quanto a esse escárnio que é a presença desse ditador sendo recebido com honras pela 'alma mais honesta do mundo' em solo Brasileiro. É uma verdadeira afronta".
O site do Departamento de Estado dos Unidos publicou o aviso de busca de Maduro em março de 2020 através do Bureau de Assuntos Internacionais de Entorpecentes pelo crime de narcoterrorismo, entre outros.
Além dos ofícios encaminhados à embaixada, outros parlamentares criticaram a visita do líder venezuelano ao Brasil. O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) questionou a presença de Maduro no Brasil, de que tipo de acordo o Brasil pode fazer com a Venezuela. “Importar miséria”, disse.
Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), foi além e disse que “o Brasil voltouvoltou a paparicar ditadores da América Latina e a tratá-los como ‘chefes de Estado’. Democracia para o PT é uma palavra no dicionário”.
“O Brasil voltou a receber com honras de Estado ditadores sul-americanos, desta vez Maduro. Outro sinal negativo para a comunidade internacional pelo Governo Lula. Será cobrado do ditador o restabelecimento da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”, questionou Sérgio Moro (União Brasil-PR).
Movimentos sociais repudiam presença de Maduro no Brasil
Pelas redes sociais, o MBL criticou a presença de Maduro no Brasil principalmente pelas honrarias concedidas ao líder venezuelano. Disse que “Lula faz questão de receber com honras no Planalto um ditador acusado de censurar a imprensa e torturar opositores. Isso que toda a imprensa tratou esse ladrão como ‘democrata’ durante a eleição”.
O movimento marcou um ato para o dia 4 de junho, em São Paulo, contra a presença de Maduro no país.
Já o Movimento Advogados de Direita Brasil classificou o líder venezuelano como um “governante internacionalmente condenado pela prática de crimes contra a humanidade, especialmente contra seu próprio povo, o qual padece de fome e se submete a situações de risco de morte na desesperada tentativa de abandonar a Venezuela e respirar o ar da liberdade em países vizinhos, mais especificamente no Brasil”.
O movimento lembra que, por dia, cerca de 800 venezuelanos chegam ao Brasil fugindo do regime político do país, “sendo aqui acolhidos e encaminhados para cuidados e, posteriormente, a uma vida minimamente digna, o que não encontram em sua própria pátria”. São cerca de 800 mil cidadãos desde 2017, de acordo com o coletivo com base em dados da Organização Internacional para Migrações da ONU.
“O povo brasileiro tem, de modo geral, boa índole e é trabalhador, honesto e privilegia a paz e a liberdade, motivos pelo qual não pode aceitar como normal a recepção de um ditador vizinho como fosse um amigo”, completam os Advogados de Direita Brasil.
Parlamentares protocolam moção de repúdio
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) apresentou um requerimento de “voto de repúdio ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em razão de sua relação amistosa com o reconhecido ditador Nicolás Maduro e a recepção em solo brasileiro com honras de Chefe de Estado”.
Na Câmara, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) apresentou "moção de repúdio à visita oficial ao Brasil" de Maduro. "A vinda do ditador Nicolás Maduro ao Brasil sinaliza grave mensagem do nosso país no cenário político internacional", diz um trecho da justificativa do requerimento.
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