“Vira a página”, disse Mourão ao ser perguntado sobre a crise com Carlos Bolsonaro nesta quarta. Foto: Sérgio Lima/AFP| Foto:

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), barrou o pedido de impeachment apresentado contra o vice-presidente Hamilton Mourão. O requerimento para afastá-lo havia sido feito pelo deputado Marco Feliciano (Podemos-SP), que é um dos vice-líderes do governo Jair Bolsonaro.

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A decisão de Maia foi tomada no momento em que Mourão sofre ataques em série de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, e da ala do governo alinhada com o escritor Olavo de Carvalho.

O arquivamento do pedido de impeachment foi o primeiro anúncio feito por Maia na sessão desta quarta- feira (24). O presidente da Câmara disse que "inexiste no direito prático lei que tipifique as condutas" atacadas por Feliciano.

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"Na ausência de lei em vigor que desempenhe essa função, lançar mão dos dispositivos da lei aplicáveis ao presidente da República para estender-lhe o âmbito da incidência no intuito de alcançar o vice-presidente traduz inadmissível emprego da analogia com propósito incriminador", afirmou Maia.

Feliciano queria afastar Mourão sob a alegação de que o vice conspira para derrubar Jair Bolsonaro. O deputado elencava como indício o fato de Mourão ter curtido uma publicação em que a jornalista Rachel Shererazade critica o presidente.

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Maia negou seguimento ao pedido de Feliciano, apesar de o presidente da Câmara não ser obrigado a tomar decisões sobre requerimentos dessa natureza. Muitos deles permanecem intocados durante os mandatos de presidentes da República, por exemplo.

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Líderes de partidos de centro chegaram a pedir que o requerimento de impeachment de Mourão fosse submetido ao plenário. As siglas queriam dar uma demonstração de apoio ao vice em meio ao conflito com a ala ideológica do governo. Maia, no entanto, decidiu arquivar o pedido por conta própria.

'Vira a página', diz Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira que os ataques de Carlos Bolsonaro contra ele são página virada. "O que é que eu falei ontem? Quando um não quer, dois não brigam, tá bom. Então, esse assunto, vira a página", disse ao chegar ao Palácio do Planalto, na volta de um almoço com embaixadores da União Europeia.

Mesmo após o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado na terça (23) que queria colocar um "ponto final" na história entre seu filho e o vice, o vereador segue com publicações críticas nas redes sociais.

Nesta quarta, Carlos disse ser "estranhíssimo o alinhamento de Mourão com políticos que detestam o presidente", como o ex-deputado Jean Wyllys (PSOL). O filho do presidente ainda escreveu: "Lembro que não estou reclamando do vice só agora e tals... são apenas informações!"

Carlos vai a clube de tiro catarinense

Enquanto Mourão põe panos quentes na crise, Carlos Bolsonaro foi a um clube de tiro em Florianópolis (SC). O dia na escola de tiro foi compartilhado pelo vereador carioca em suas redes sociais na terça-feira (23).

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Além de um vídeo atirando com uma pistola ponto 40, o filho do presidente divulgou um certificado que recebeu após participar de um workshop no clube. "Mais um!", escreveu.

Nesta quarta, o filho "02" de Bolsonaro ganhou apoio do irmão Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que endossou as críticas ao vice-presidente. "Ele está apenas reagindo a isso tudo que salta aos olhos", afirmou.